Ano XXV - 18 de abril de 2024

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BANCO CENTRAL BLOQUEIA PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO BANCO DOS BRICS


BANCO CENTRAL BLOQUEIA PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO BANCO DOS BRICS

GOVERNO PARALELO: O ABSOLUTISMO DITATORIAL DOS DIRIGENTES DO BACEN

São Paulo, 09/05/2015 (Revisado em 16-03-2024)

Referências: Lavagem  de Dinheiro, Blindagem Fiscal e Patrimonial, Internacionalização do Capital Nacional - Tudo é Permitido, Menos o Investimento Brasileiro no Exterior.

BANCO CENTRAL BLOQUEIA PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO BANCO DOS BRICS

GOVERNO PARALELO: O ABSOLUTISMO DITATORIAL DOS DIRIGENTES DO BACEN

  1. A ATUAÇÃO DOS ADVERSÁRIOS DO BANCO DOS BRICS
  2. A NECESSÁRIA NACIONALIZAÇÃO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
  3. OS BRICS COMO TERCEIRA FORÇA: CRIAÇÃO DE NOVA MOEDA PADRÃO COM LASTRO
  4. A GUERRILHEIRA DILMA CONTRA O ABSOLUTISMO DITATORIAL DOS DIRIGENTES DO BACEN

O argumento da vertente entreguista do Banco Central é grotesco: a transferência de recursos não altera a posição fiscal brasileira.

Por J. Carlos de Assis - economista, professor, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de mais de 20 livros sobre economia política brasileira. Publicado em 05/05/2015 por Brasil no Mundo e originalmente por Carta Maior. Edição do texto original com a colocação de negritos e de subtítulos, anotações e comentários em azul por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.

Veja também:

1. A ATUAÇÃO DOS ADVERSÁRIOS DO BANCO DOS BRICS

Em mais uma ação de cabal subordinação às finanças anglo-americana, o Banco Central do Brasil está dificultando, com evidente intenção de sabotar a capitalização da parte brasileira no Banco dos BRICS sob o pretexto imbecil de proteger as reservas internacionais. O Banco dos BRICS é, de longe, o principal legado do primeiro mandato de Dilma no plano internacional. Deverá ser o grande instrumento de financiamento da infraestrutura no bloco, independente da interferência, das taxas de juros e das condicionalidades norte-americanas e europeias.

O argumento da vertente entreguista do Banco Central é grotesco, já que a transferência de recursos das reservas monetárias para a capitalização do banco não altera a posição fiscal brasileira. Afinal, é muito mais interessante ter dinheiro rendendo juros no banco do que rendendo os pífios juros dos títulos públicos dos Estados Unidos, nos quais as reservas são aplicadas.

No Banco dos BRICS o dinheiro vai gerar investimentos reais, e não apenas um fluxograma de recursos totalmente desvinculado da economia real.

NOTA DO COSIFE:

Durante a vigência do Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes (de 1989 a 2004), que absurdamente facilitava a Lavagem de Dinheiro obtido na ilegalidade e ainda permitia a Blindagem Fiscal e Patrimonial de sonegadores de tributos, nenhum dos dirigentes do Banco Central do Brasil revelou-se contrário ao verdadeiro Desfalque no Tesouro Nacional que era praticado pela bandidagem de alta estirpe.

Por que acontecia um Desfalque no Tesouro Nacional?

Porque naquele período de tempo os dólares saíam dos cofres do Tesouro Nacional como Pagamento Sem Causa ou Pagamento a Beneficiários Não Identificados por intermédio de contas bancárias de não residentes (CC5), sem qualquer controle governamental, como deixava claro a Cartilha expedida pelos dirigentes do BACEN em novembro de 1993, intitulada O Regime Cambial Brasileiro.

Tal sistema extremamente libertário (anarquista), que facilitava a saída de Reservas Monetárias do Balanço de Pagamentos (Contabilidade Nacional), não tinha uma contrapartida contábil (patrimonial). Por acontecer dessa forma grotesca, a saída das Reservas Monetárias até poderia ser lançada como Ladrões @ Caixa.

O interessante é que hoje em dia a polícia costuma prender quem assalta bancos. Naquela época, era livre roubar o Tesouro Nacional por intermédio (com a cumplicidade) dos bancos.

Pior era porque o dinheiro ganho na economia informal pelos bandidos de "colarinho branco" (Lei 7.492/1986 = fraude cambial e evasão de divisas), depois de lavado em paraísos ficais, voltava ao Brasil como Dívida Externa (Capital Internacional ou Investimento Estrangeiro).

Na saída das Reservas Monetárias havia também fraude contábil porque na Contabilidade Nacional não havia o lançamento de um Ativo (Contas a Receber) e na volta como capital estrangeiro ainda gerava um Passivo (Contas a Pagar).

Desse jeito grotesco, acontecia um inadmissível erro contábil cometido pelos sábios economistas de plantão que pulularam até 2002. Tais atos também poderiam ser considerados como Falsificação Material e Ideológica da Escrituração Contábil (Contabilidade Criativa ou Contabilidade Fraudulenta). No jargão dos contabilistas: "Contabilidade Feita nas Coxas" ou na "ponta do lápis" como a contabilidade dos traficantes e dos mafiosos.

Mas, no caso em questão, por meio da integralização de capital no Banco dos BRICS existe de fato uma contrapartida contábil (patrimonial). Isto é, no Ativo do Balanço de Pagamentos aparecerá um investimento feito no exterior, significando que as Reservas Monetárias foram utilizadas como Investimento em Participações Societárias, assim servindo como lastro para pagamento de eventuais passivos. Tal registro contábil resulta na redução do tal Risco Brasil, porque aquele banco será o único no mundo cujo capital é de fato garantido por reservas monetárias e por reservas minerais, tais como o ouro e os diamantes sul-africanos, o petróleo e o minério de ferro do Brasil e da Rússia, sem contar que no grupo ainda estão a China e a Índia.

Em suma, segundo os dirigentes do BACEN que se sucedem desde a sua fundação: Tudo é permitido (as pilantragens), menos o Investimento Brasileiro no Exterior (que transforma o Brasil num País economicamente mais forte).

Desse modo, os dirigentes do Banco Central nitidamente nos impingem uma política econômica e monetária de manutenção da nossa subordinação ao neocolonialismo que tanto desfalcou o Brasil desde o nosso falso grito de independência.

2. A NECESSÁRIA NACIONALIZAÇÃO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL

Já é tempo de nacionalizarmos o Banco Central do Brasil.

É curioso que ele tenha sido criado pelos militares, num primeiro momento sem oposição americana, como um banco desenvolvimentista, grande financiador da agricultura brasileira.

Foi nossa titubeante democracia, no Governo Sarney, e pelas mãos de economistas ditos progressistas, que o Banco Central virou-se para o lado da ortodoxia anglo-americana, tornando-se, pela política monetária, um dos principais obstáculos ao nosso desenvolvimento econômico.

Outra curiosidade é que não foram os americanos, mas os ingleses e franceses, que espalharam pelo mundo a concepção de bancos centrais ortodoxos. O economista J. Carlos de Assis descreveu isso na sua tese de doutorado na Coppe, convertida em livro, “Moeda, Soberania e Trabalho”, ed. Europa.

O que então se entendia como ortodoxia monetária era uma extensão direta do colonialismo, via os chamados currency boards (total vinculação da moeda local à moeda da matriz, com toda a receita de senhoriagem apropriada por ela).

A total conversão à ortodoxia se deu via influência posterior dos Estados Unidos no FMI - Fundo Monetário Internacional, revelando outra tremenda contradição: os americanos exigem que todo mundo tenha banco central ortodoxo, mas eles próprios tem um banco desenvolvimentista, organizado de forma tão cínica que é capaz de despejar trilhões de dólares em moeda fiduciária no mundo sem qualquer tipo de controle [moeda circulante sem lastro].

3. OS BRICS COMO TERCEIRA FORÇA: CRIAÇÃO DE NOVA MOEDA PADRÃO COM LASTRO

O Banco dos BRICS, que os dirigentes do Banco Central do Brasil tentam boicotar, será a primeira fissura na arquitetura financeira internacional erigida pelos anglo-americanos no pós-guerra. Será um banco ligado à produção, à economia real.

O Banco dos BRICS não será essa fábrica de papel sórdida operada nos EUA e agora também no BCE - Banco Central Europeu, oferecendo a seus nacionais dinheiro de graça para que adquiram patrimônios reais mundo afora, praticamente sem custos.

NOTA COSIFE:

Se o Banco dos BRICS tiver sua Moeda Padrão, em contraposição ao Dólar e ao Euro, será a primeira moeda internacional com lastro em reservas monetárias e com lastro nas reservas minerais inegavelmente possuídas pelos cinco países fundadores do Banco.

Veja em O Retorno do Colonialismo, escrito em 24/04/2003.

Veja ainda os textos sobre o Neocolonialismo Privado:

Veja também:

4. A GUERRILHEIRA DILMA CONTRA O ABSOLUTISMO DITATORIAL DOS DIRIGENTES DO BACEN

Com a próxima vinda ao Brasil do Primeiro Ministro chinês, a Presidenta Dilma poderia aproveitar a oportunidade para dar uma ordem seca aos dirigentes do Banco Central do Brasil para deixar de criar obstáculos para o Banco dos BRICS e disponibilizar imediatamente as reservas a fim de que isso seja feito.

Será que, nesse contexto, podemos ter um banco central desenvolvimentista?

A condição para isso é imitar a China e outros países asiáticos: construir um grande colchão de reservas internacionais para evitar ou derrotar eventuais corridas contra o real em situação de déficit em conta corrente.

O Banco dos BRICS poderá ajudar decisivamente nesse programa junto com alguma articulação produtiva com a China. É dessa articulação que poderemos tirar grandes saldos comerciais também no campo dos manufaturados, além das commodities. Com uma posição forte em reservas, teremos política cambial e política monetária soberanas, tal como acontece na órbita chinesa.







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