A PROCURA DE VALOR - MANIPULAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CONTABILIDADE CRIATIVA - CONTABILIDADE FRAUDULENTA
FRAUDES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS DAS MULTINACIONAIS
FALSIFICAÇÃO MATERIAL E IDEOLÓGICA DA ESCRITURAÇÃO => DECRETO-LEI 1.598/1977
A PROCURA DE VALOR X MANIPULAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Segundo os Economistas Ortodoxos e os Administradores de Carteiras Ativos e de Fundos de Investimentos, os lucros das empresas de CAPITAL ABERTO podem ser manipulados por uma CONTABILIDADE CRIATIVA.
Nos Estados Unidos as normas vigentes no início deste Século 21 permitiam que as empresas contabilizassem previsões de ganhos futuros, para serem adicionados a Patrimônio Líquido das empresas de capital aberto. Isto era feito para aumentar (artificialmente) o Preço Unitário das Ações negociáveis nas Bolsas de Valores e também no caso de lançamento de ações novas (aumento de capital). Esses cálculos NÃO eram feitos por contadores. Os executivos mandavam contabilizar estimativas feitos por outros tipos de profissionais atuantes no Mercado de Capitais. E os contadores ficavam com a fama de desonestos.
Um investidor deve prestar atenção às reservas de caixa, às mudanças de critérios contábeis e às notas explicativas quando se analisa os BALANÇOS PATRIMONIAIS das empresas com ações negociadas nas BOLSA DE VALORES. Nestas, a especulação ou as apostas podem gerar prejuízos aos investidores incautos (não cautelosos).
As estimativas são as mais propensas a erros e omissões, por isso, os economistas erram bastante. Para estimar lucros futuros, previsões e eventos mundiais podem aparecer muitas distorções. Contudo, a melhor avaliação ainda continua sendo baseada nos resultados, se estes não forem manipulados pelos referidos executivos (especuladores).
Veja neste COSIF-e em ANÁLISE DE BALANÇOS. Veja ainda Textos Correlacionados
A PROCURA DE VALOR X MANIPULAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
TEXTO PUBLICADO POUCO ANTES DO SOX - SARBANES-OXLEY ACT DE JULHO DE 2002
Por Daniel Gewehr- Análise sobre o artigo “In Search of Value” Revista Dick Davis Digest - 23/05/2002 - Publicado pela Solidus S/A CCVM, cuja página não foi encontrada no site da referida corretora de câmbio e valores mobiliários. Editado por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador deste COSIF-E para colocação de informações complementares em negrito relativas às Demonstrações Contábeis e sobre a avaliação do Patrimônio Líquido das empresas até os dias de hoje.
GOVERNANÇA CORPORATIVA = ABR - AUDITORIA BASEADA EM RISCOS
COMBATE À CONTABILIDADE CRIATIVA = CONTABILIDADE FRAUDULENTA
Investimento de curto prazo era a moda nas BOLSAS DE VALORES nos últimos 20 anos do Século 20 e até meados de 2002. Apesar disso, nosso mais forte conselho para os investidores era: "fiquem fora da especulação e se foquem em valores".
A bíblia do investimento em valor é o livro Security Analysis, escrito em 1934 por Ben Graham, considerado o pai da análise fundamentalista. Caso você não saiba quem é ele, certamente deve conhecer seu mais conhecido pupilo: Warren Buffet. Seguindo os conselhos de seu livro certamente seus investimentos darão certo. Mas o problema é que a obra não é tão simples como se imagina.
Para facilitar, a escritora Janet Lowe escreveu uma obra mais acessível conhecida como “Value Investing Made Easy”, algo como “Investimento em valor de forma fácil”. A obra interpreta os ensinamentos e coloca os conceitos descritos por Graham em uma linguagem moderna e em termos do mercado de investimentos até a publicação do SOX - Sarbanes-Oxley Act, nos STATES, em julho de 2002.
Segundo Janet, um investidor em valor compra ações de uma empresa como se estivesse comprando a empresa inteira. Ele dá pouca atenção ao temperamento do mercado, ao clima político ou a outras condições externas.
Existem três pilares nos quais o investimento em valor se apoia:
- a atitude correta (evita a especulação, seja em papéis específicos, ou no mercado como um todo)
- a margem de segurança (um investidor em valor deixa uma grande margem para o caso de erro)
- o valor intrínseco (se você identificar o verdadeiro valor de uma ação, certamente saberá se ela está sub ou super avaliada pelo mercado)
Os passos abaixo ajudarão você a "comprar" um verdadeiro
"investimento em valor":
- Conheça o preço pedido. Multiplique o preço de uma ação pelo número de ações da empresa. Pergunte a você mesmo: “se eu comprasse toda a companhia ela valeria todo esse dinheiro?” Compare o preço pedido ao de negócios similares e de tamanho comparáveis, os quais as ações servem para sua compra.
- Diversifique em duas maneiras.
- A regra 1 pede a diversificação entre ações, bonds (títulos de dívida, resgatáveis) ou equivalentes a bonds
(bônus, debêntures conversíveis ou não conversíveis em ações, títulos de crédito comercial, títulos de crédito industrial, títulos de crédito de exportação ou contrato de empréstimo). Em todos os casos, o investidor deveria possuir no mínimo 25% em ações e um mínimo de 25% em títulos com uma taxa de retorno garantida. Os 50% restantes devem ser divididos entre as 2 categorias, dependendo qual oferece o melhor retorno. Como regra, um investidor deveria se manter distante do mercado acionário quando o yield
(rendimento) do lucro por ação é menor que o yield (rendimento) de um bom título de renda fixa.
- A regra 2 de diversificação de Graham requer do investidor um número suficiente de papéis. Enquanto investidores como "Buffet" podem ter menos de uma dúzia de ações em seu portifólio, Graham usualmente tinha 75 ou mais papéis (valor muito elevado para um portifólio atual). Tipicamente, um portifólio individual possui de 5 a 30 diferentes papéis. Quanto maior a qualidade de suas ações, menor será a quantidade de papéis necessários.
- Procure por qualidade. Os investidores normalmente cometem 2 erros. Ou eles compram papéis de pouca qualidade que nunca terão boa performance ou adquirem papéis de boa qualidade que estão superavaliados. Companhias com bons lucros, um sólido histórico de dividendos, baixo endividamento e razoável P/L (Patrimônio Líquido) são os melhores investimentos.
- Mire em dividendos. Um longo histórico de dividendos pagos mostra que a firma tem solidez e possui pouco risco. Papéis com crescimento duvidoso raramente pagam dividendos. Além disso, Graham percebeu que uma fraca política de dividendos prejudica os investidores de 2 formas. Não somente ficam privados de receber uma receita, como também perdem pois os papéis com baixos dividendos são geralmente negociados a preços menores no mercado. Graham diz que o melhor tratamento para acionistas é o pagamento justo e razoável de dividendos em relação aos lucros da companhia e ao verdadeiro valor da ação.
- RELAXE. Você provavelmente não acertará o valor intrínseco de uma ação ou o mercado no ponto certo. Para isso, defina uma margem de segurança, o que lhe dará um pouco de tranqüilidade.
- Cuidado com os números corporativos. São os números de LUCROS FUTUROS que dirigem os preços das ações no Mercado. Mas o investidor deve ficar atento às previsões baseadas em números correntes (?). Embora as regras estejam mais fortes do que quando Graham investia, os lucros ainda podem ser manipulados por uma CONTABILIDADE CRIATIVA. Essa manipulação não é feita por contadores. Ela é feita por economistas contratados por Executivos = CEOs. Um investidor deve prestar atenção às reservas de caixa (FLUXO DE CAIXA), às mudanças de CRITÉRIOS CONTÁBEIS e às NOTAS EXPLICATIVAS. Os Balanços Patrimoniais devem conter Pareceres ou LAUDOS DE AVALIAÇÃO efetuados por AUDITORES INDEPENDENTES, de conformidade com as NORMAS, publicadas no DOU - Diário Oficial da União pelo CFC - Conselho Federal de Contabilidade. As Notas Explicativas devem ter as informações de como foram estimados os LUCROS FUTUROS e as previsões. Considerações sobre EVENTOS MUNDIAIS também podem aparecer nas Notas Explicativas. Contudo, a melhor avaliação ainda continua sendo baseada nos resultados, analisados por Contadores, Auditores e Peritos Contábeis, nunca pelos Executivos e pelos seus contratados.
- Não complique a matemática. Graham, que adorava matemática, disse que nunca viu cálculos feitos com valor de ações ou políticas de investimentos, que fossem muito além da simples aritmética ou da mais elementar álgebra. Quando cálculos se tornam complexos, pode ser um sinal de que um operador está tentando substituir teoria por experiência e dar à especulação um aspecto de investimento.
- Seja um crítico corporativo. Embora existam locais em que acontecem tentativas para limitar os direitos dos acionistas, os investidores deveriam ser mais assertivos
(afirmativos, exigentes). Se você tem algo a sugerir sobre a política de dividendos
(de ações ou de juros de debêntures), compensação de executivos
(Pagamentos Baseados em Ações) ou propostas de aquisições
(Bônus de Subscrição - artigos 75 a 79 da Lei 6.404/1976), vá a assembléias e organize ofensivas de acionistas, como ocorre nas Assembléias de Debenturistas, previstas no
artigo 71 da Lei 6.404/1976. Os debenturistas podem fiscalizar a aplicação de seu capital empreendido.
Também os aplicadores em Títulos de Crédito Comercial e Industrial
- Paciência traz resultados positivos. O investidor deve estar financeira e psicologicamente preparado para a possibilidade de resultados fracos no curto-prazo. Graham diz que o mais importante é não seguir a multidão
("gado, manada", apostadores, especuladores). Existem dois requisitos para o sucesso em bolsas
de valores (??).
- Pense corretamente; e
- Pense independentemente.
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA X CONTABILIDADE CRIATIVA
Vários dos Princípios (Básicos) de Contabilidade foram alterados para se ajustarem ao momento presente, principalmente neste Século 21. Portanto, um livro de 1934 serve apenas referência para que se consiga observar as mudanças ocorridas. Atualmente não mais é possível a contabilização de Estimativas de Lucros Futuros.
No Brasil, as NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade, convergidas às Normas Internacionais, foram incluídas nos textos de diversas Leis, para evitar e penalizar a Contabilidade Criativa:
- Lei das Sociedades por Ações -
Lei 6.404/1976 - Capítulo XV - versa sobre a Escrituração Contábil. Vinte e seis anos antes do SOX de 2002, essa Lei já estabelecia as formas de Governança Corporativa, mediante a criação do Conselho Fiscal e estabelecia as forma de eleição dos dirigentes das Companhias. Mais recentemente a Companhias Abertas devem contar com Comitê de Auditoria e com Conselho de Administração.
- RIR/2018 - Regulamento do Imposto de Renda -
Escrituração do Contribuinte - consolida a pertinente Legislação Tributária.
- Lei 7.913/1989 - sancionada
treze anos antes do SOX - passou a combater a manipulação de cotações nas Bolsas de Valores.
- Lei 8.137/1990 (artigo 2º - item V) - sancionada Doze anos antes do SOX de 2002 - não permite que as pessoas jurídicas tenham escrituração contábil diferente daquela que deve ser apresentada à Receita Federal do Brasil, por meio do SPED - Serviço Público de Escrituração Digital = Contabilidade Digital.