Ano XXVI - 17 de setembro de 2025

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O GOLPE DENTRO DO GOLPE



11. A REDE GLOBO NO GOVERNO FHC

Em 1994, a Globo apoiou incondicionalmente a candidatura de Fernando Henrique Cardoso para a presidência e protegeu seu governo de uma tal maneira que não era possível sair nenhuma crítica.

Inclusive, em episódio incidentalmente gravado por essa mesma emissora de TV, em uma entrevista com o então ministro da economia Rubens Ricúpero, transmitida apenas para quem possuía antena parabólica, foi admitido que não havia escrúpulos pois se prestava a fazer campanha aberta para FHC como ministro e dizendo ainda: “o que é bom, a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”. Isso em plena campanha eleitoral. Sobre o assunto ou tema, a Rede Globo não mostrou nenhuma linha, em nenhum dos seus meios de comunicação, jornais, rádios, e TV.

A Globo blindou o governo de FHC tal como blindou a ditadura militar-civil. Sob o governo do PSDB, o Brasil viveu uma das piores crises econômicas de sua história, com um dos maiores índices de desemprego e de queda do PIB, mas nada disso era discutido, sequer apresentado nos meios de comunicação daquele império midiático.

Apesar de tudo, os governados não são idiotas e perceberam que a crise econômica era muito intensa, fruto das medidas neoliberais adotadas pelos tucanos.

11.1. OS BALUARTES DO NEOLIBERALISMO ESCLUDENTE

Os ditos tucanos adotaram a mesma desastrosa política econômica de Ronand Reagan e Margaret Thatcher, também repetida por outros países considerados como desenvolvidos. Esses países ainda se encontram num verdadeiro "beco sem saída" desde o início deste século XXI.

O Brasil de Michel Temer foi pelo mesmo descaminho porque tirou dos pobres para entregar aos ricos.

Nitidamente os neoliberais escravocratas liderados por Temer queriam o retorno do Feudalismo que gerou a estagnação econômica e a consequente miséria vivida pela Europa durante toda a Idade Média.

Conforme o próprio Michel Temer declarou, Bolsonaro vem sendo mero seguidor das políticas por ele adotada, inclusive religiosamente zelando pela manutenção da Emenda Constitucional que impede o Brasil de crescer durante 20 anos, dos quais, cinco anos de pleno retrocesso econômico já se passaram.

12. O CRESCIMENTO DOS VOTOS BANCOS E NULOS E DAS ABSTENÇÕES

Em função desses desgovernos, ocorreu o crescimento de votos nulos desde os anos de 1990, com sua exacerbação depois dos protestos de 2013. Assim, em 1998, FHC foi eleito com menos votos que a soma de votos em branco, nulos e abstenções. Uma verdadeira vergonha.

  1. VOTO NULO, EM BRANCO E ABSTENÇÕES
  2. AS PRIVATIZAÇÕES NO GOVERNO FHC
  3. PARIDADE DO REAL AO DÓLAR
  4. OS CONSTANTES DESFALQUES NO TESOURO NACIONAL
  5. O CAIXA DOIS ERA TRANSFORMADO EM CAPITAL ESTRANGEIRO E DÍVIDA EXTERNA
  6. CRIANDO EMPREGOS NO EXTERIOR - TRANSFORMANDO EXPORTAÇÕES EM IMPORTAÇÕES
  7. OS CAPITALISTAS SEM CAPITAL FICARAM COM AS PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
  8. ARMÍNIO FRAGA E A FALÊNCIA DA POLÍTICA ECONÔMICA DE FHC

12.1. VOTO NULO, EM BRANCO E ABSTENÇÕES

O que aconteceu em 1998, durante a reeleição de FHC, também aconteceu com João Dória Júnior (PSDB) durante o escrutínio municipal de 2016. Noutros Estados da Federação o mesmo fato aconteceu com muitos outros políticos aliados à base do governo golpista, contrária ao bem-estar da nossa população.

12.2. AS PRIVATIZAÇÕES NO GOVERNO FHC

Seguindo a mencionada política neoliberal de Ronald Reagan e Margaret Thatcher, no Governo FHC aconteceu a privatização das nossas empresas estatais que na década de 1970 foram consideradas como as Molas Mestras do Milagre Econômico Brasileiro ocorrido na gestão dos militares. Tais empresas elevaram o Brasil à condição de 8ª Potência Mundial sem a utilização de Capital Estrangeiro.

Mas, por falta de exportações (os militares anticomunistas desprezaram o setor rural) e por excesso de importações supérfluas e de bens que nunca foram instalados (Gastos Públicos Inúteis), o Brasil quebrou.

Para conseguirem as Reservas Monetárias necessárias ao equilíbrio do nosso Balanço de Pagamentos, os milicos chegaram a incentivar a exaustão das reservas minerais brasileiras, conforme foi explicado no texto endereçado.

12.3. PARIDADE DO REAL AO DÓLAR

Por sua vez, durante o Governo FHC foi instituída artificialmente a paridade entre o Dólar e o Real.

Assim, foi feito porque os "economistas de plantão" (como eram chamados naquela época os governamentais) acreditavam que a liberação da cotação ao sabor do mercado (ao sabor da Livre Iniciativa Privada) resultaria em aumento do preço do dólar, gerando inflação porque as empresas exportadoras cobravam dos brasileiros os mesmos preços cobrados dos estrangeiros.

Assim, ao contrário do esperado pelos ditos economistas de plantão, continuou acontecendo a inflação porque o salário médio dos brasileiros era muitas vezes inferior ao salário médio dos estrangeiros, em seus respectivos países.

Não conseguindo suportar tal artificialismo monetário, em janeiro de 1999, depois de sua reeleição como Presidente da República, FHC promoveu uma maxidesvalorização do REAL quando o preço do Dólar era de aproximadamente R$ 1,25 e passou a custar por volta de R$ 2,50 no dia seguinte.

12.4. OS CONSTANTES DESFALQUES NO TESOURO NACIONAL

Desse mencionado ato resultou um enorme Desfalque no Tesouro Nacional. Quem no dia anterior remeteu para o exterior R$ 1,25 bilhões (US$ 1 bilhão), no dia seguinte trouxe os dólares de volta e recebeu do Tesouro Nacional R$ 2,5 bilhões. Lembre-se do Banco Marka e de Salvadore Cacciola.

Para evitar a inflação, atendendo à Teoria Econômica, o Tesouro Nacional foi obrigado a emitir Títulos Públicos para "Enxugar o Meio Circulante", pagando taxa de juros de até 46% ao ano, o que gerou outro grande Desfalque no Tesouro Nacional.

Prejudicando imensamente a acumulação de Reservas Monetárias, o Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes (como já foi mencionado) facilitava a Lavagem de Dinheiro obtido na ilegalidade (CAIXA DOIS). A baixa cotação do dólar antes da citada maxidesvalorização, além de incentivar a internacionalização do capital nacional em paraísos fiscais, também incentivava a importação de supérfluos pelas duas classes sociais superiores.

12.5. O CAIXA DOIS TRANSFORMADO EM CAPITAL ESTRANGEIRO E DÍVIDA EXTERNA

Os déficits no nosso Balanço de Pagamentos não se mostraram mais graves porque o dinheiro do CAIXA DOIS remetido para paraísos fiscais (pelos sonegadores de tributos) imediatamente voltava ao Brasil "lavado" na condição de Capital Estrangeiro.

Ou seja, o dinheiro saído do Brasil como Pagamento Sem Causa (Registrado na Contabilidade Nacional como "Ladrões @ Caixa" na rubrica de "Erros e Omissões") imediatamente voltava como Capital Estrangeiro mediante a assunção de uma falsa Dívida Externa. Por isso muitos querem que seja feita a tal Auditoria da Dívida.

Tratava-se de mais um tipo de Desfalque no Tesouro Nacional aplicado pelos falsos representantes do Povo, que na verdade defendem apenas os interesses mesquinhos dos nossos escravocratas.

12.6. CRIANDO EMPREGOS NO EXTERIOR - TRANSFORMANDO EXPORTAÇÕES EM IMPORTAÇÕES

No Governo FHC, muitas das empresas estatais foram compradas por estrangeiros que as extinguiram para evitar a concorrência das nossas empresas estatais no Comércio Exterior.

Assim, de produtor e exportador, o Brasil passou a ser grande importador de produtos ferroviários, bélicos, marítimos, aeronáuticos e automotivos.

Plataformas da Petrobras arquitetadas e engendradas com tecnologia brasileira passaram a ser fabricadas em Singapura e de lá exportadas para o Brasil e para outros países.

Os lucros dessas transações ficavam lá em Singapura. Mas, esse imenso Desfalque na Petrobrás e em outras empresas estatais, provocado por esse tipo de internacionalização da produção nacional, nunca foi investigado. E, se foi investigado, a investigação foi obviamente abafada pelos já conhecidos inimigos do Povo brasileiro.

12.7. OS CAPITALISTAS SEM CAPITAL FICARAM COM AS PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS

Por sua vez, as empresas estatais prestadoras de serviços públicos foram adquiridas por diversos grupos previamente escolhidos pelos técnicos do Governo FHC. Muitos dos "investidores" (sem capital) trouxeram dinheiro lavado em paraísos fiscais.

Tivemos investimentos vindos de Portugal, Espanha e Itália.

Detalhe: o PIB desses países somados não alcança a  metade do PIB brasileiro.

Outro detalhe. A soma das Reservas Monetárias de todos os mais de 20 países da União Europeia mal alcança a soma das Reservas Monetárias brasileiras.

Dizem os manipuladores da opinião pública que eles são os capitalistas e nós somos apenas os dependentes do inexistente Capital Estrangeiro. Afinal, o Brasil colonizado e neocolonizado sustenta a Europa desde o nosso descobrimento no ano de 1500.

Onde eles conseguiram esse Capital Estrangeiro? Aqui, mediante os mencionados Desfalques no Tesouro Nacional.

12.8. ARMÍNIO FRAGA E A FALÊNCIA DA POLÍTICA ECONÔMICA DE FHC

Demonstrando a falência da política econômica de FHC, para o ano de 2002, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, chegou a prever uma inflação de 50%, mas, gaba-se de ter conseguido estabilizá-la em aproximadamente 12,5%.

Outro detalhe importante. No Governo FHC o alto índice de desemprego causou a redução e a estagnação do nosso PIB - Produto Interno Bruto.

FHC recebeu o Brasil como 8ª Potência Mundial em PIB e o devolveu na 13ª posição, totalmente endividado e, por isso, constantemente fiscalizado pelo FMI - Fundo Monetário Internacional.

13. POR QUE LULA RECEBEU O APOIO DA REDE GLOBO EM 2002?

Em 2002, Lula da Silva recebeu o apoio da Rede Globo e venceu as eleições. O PT não era mais uma ameaça nem para os capitalistas nem para sua porta-voz principal.

Ao contrário, alguns setores acreditavam que uma política de neodesenvolvimentismo, com fácil financiamento do BNDES e com intervenção do Estado (Nova Estatização), injetando dinheiro em determinados setores, poderia alavancar a economia. E assim aconteceu com a Odebrecht, com JBS, com os bancos e outros setores.

  1. O ESTADO EMPREENDEDOR E A FALTA DE INICIATIVA PRIVADA
  2. A VERDADEIRA INICIATIVA PRIVADA DAS MICROS, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
  3. PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA

13.1. O ESTADO EMPREENDEDOR E A FALTA DE INICIATIVA PRIVADA

Os pejorativamente chamados de "COXINHAS" sabem que todas as grandes empresas públicas (privatizadas, ou não) sempre operaram com capital governamental (em todos os países). Esse capital empreendido pelos governos é obtido mediante a cobrança de tributos, sendo os trabalhadores os principais contribuintes desses tributos.

Entretanto, muitos daqueles (coxinhas) ainda acreditam que de fato existe a tal iniciativa privada dos mais ricos. Estes apenas aplicam o seu rico dinheirinho em Títulos Públicos e em especulativas oportunidades existentes no CASSINO GLOBAL que são as Bolsas de Valores, em que as APOSTAS muitas vezes são MEGALOMANÍACAS.

13.2. A VERDADEIRA INICIATIVA PRIVADA DAS MICROS, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Aqueles torcedores do time que está ganhando (na qualidade de serviçais ou capatazes do 1% mais rico), não conseguem perceber que a verdadeira iniciativa privada está apenas nas micros, pequenas e médias empresas que geralmente não têm incentivos governamentais, salvo naquelas ocasiões em que são eleitos governos populares (tidos como comunistas ou socialistas) como aquele iniciado depois do desgoverno de FHC.

13.3. PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA

Esses ditos coxinhas não conseguem entender que nunca existirá País Rico em que o povo é transformado em miserável para deleite dos escravocratas (preconceituosos e discriminadores) que são partidários da extrema SEGREGAÇÃO SOCIAL dos trabalhadores mediante a extinção de seus DIREITOS SOCIAIS.

14. UMA CONTRADIÇÃO NO CAPITALISMO

Isto não é uma contradição no capitalismo. Vários estudos mostram como as grandes empresas dos países imperialistas cresceram com a ajuda deslavada do Estado.

A própria Globo foi favorecida com dinheiro público durante a ditadura militar para formar seu IMPÉRIO. seria como a descoberta de uma imaginária jazida de diamantes (de ouro ou de petróleo) existente na fronteira com a Venezuela.

Durante o governo Vargas, a criação das estatais tinha por objetivo favorecer o desenvolvimento do chamado capital nacional através de vendas de produtos a preço de custo para as empresas.

Sob o governo de FHC, o BNDES cumpriu função equivalente no processo de privatização das estatais, pois emprestava dinheiro para determinados grupos comprarem as empresas antes públicas e depois os PRIVATAS passaram a cobrar [caro] pelos serviços prestados (praticamente sem capital investido).

Outros processos semelhantes a esses foram as concessões para explorações de rodovias. O Estado investia, deixava a estrada pronta com o dinheiro público e depois concedia a uma empresa a exploração dos pedágios. Um verdadeiro escárnio com o dinheiro público. Verdadeiro desmerecimento à inteligência da população, principalmente dos conhecidos como "coxinhas".

Portanto, atribuir esses problemas apenas aos governos petistas é tentar impor uma visão seletiva que não colabora para entendermos amplamente o processo de artificial empobrecimento da população brasileira.

  1. ESTATIZAÇÃO À ITALIANA
  2. A FALÊNCIA DAS EMPRESAS PRIVATIZADAS
  3. PROVOCANDO A MORTE DOS CONSUMIDORES E A CONSEQUENTE FALÊNCIA DO CAPITALISMO
  4. O FEUDALISMO ESTAGNOU O CRESCIMENTO DA EUROPA DURANTE 1500 ANOS
  5. REESTATIZAÇÃO À BRASILEIRA
  6. EMISSÃO DE DEBÊNTURES EM GARANTIA DOS EMPRÉSTIMOS RECEBIDOS
  7. CRIAÇÃO DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS DO TESOURO NACIONAL
  8. O BRASIL E A FALTA DE NACIONALISMO E PATRIOTISMO

14.1. ESTATIZAÇÃO À ITALIANA

Na Itália em 1933 foi criado o IRI - Instituto para Reconstrução Industrial para evitar o colapso no sistema bancário ocorrido em razão da Crise de 1929 provocada tal como as demais crises mundiais pelos especuladores de Wall Street.

Mas, depois da Segunda Guerra Mundial, a principal função do IRI foi a de promover a reconstrução industrial. Ou seja, como as empresas e seus controladores não tinham dinheiro para investir (estavam falidos pela guerra), o governo italiano passou a usar o antigo IRI à semelhança do BNDES brasileiro. Digo, ao contrário. O BNDES foi constituído à semelhança do IRI.

Durante o Governo Militar iniciado em 1964 também foram constituídas diversas HOLDINGS estatais (por segmentos operacionais) para controlarem empresas públicas estaduais ou regionais. Tal sistema utilizado no Brasil foi elogiado por Romano Prodi que, entre muitos cargos assumidos na Itália e na União Europeia, também foi presidente do IRI.

Com base nesses citados fatos podemos supor o porquê de a Rede Globo ter decidido apoiar a eleição de Lula em 2002.

14.2. A FALÊNCIA DAS EMPRESAS PRIVATIZADAS

Diante das declarações do Presidente do Banco Central, Armínio Fraga, àquela época, uma delas já transcrita acima, ficou claro que as empresas privatizadas durante o Governo FHC já estavam falidas em 2002, razão pela qual as Agências Nacionais Reguladoras aprovavam constantes aumentos de preços para serem pagos pelos consumidores (Socialização dos Prejuízos sofridos pelos Privatas em razão da má administração e dos desfalques). Em alguns segmentos operacionais, os preços chegaram a subir 10 mil %, ainda no Governo FHC.

Ora, todos sabem que a Rede Globo, tal como as demais empresas dos meios de comunicação, depende dos seus anunciantes para que possa sobreviver e até enriquecer.

Assim sendo, a política econômica de FHC, tal como a de Michel Temer,  foi totalmente contrária à almejada pelos chamados de detentores do grande capital, que não conseguem sobreviver sem o Capital Estatal.

14.3. PROVOCANDO A MORTE DOS CONSUMIDORES E A CONSEQUENTE FALÊNCIA DO CAPITALISMO

O índice de desemprego no Governo FHC chegou a 20% e o de Michel Temer vai pelo mesmo caminho. E, todos sabem que sem consumidores nenhum capitalista enriquece. Os consumidores são as galinhas dos ovos de ouro do capitalismo.

14.4. O FEUDALISMO ESTAGNOU O CRESCIMENTO DA EUROPA DURANTE 1500 ANOS

Na Idade Média a Europa não progrediu porque o regime econômico era o FEUDALISMO, que apenas produz em regime de semiescravidão para subsistência e deleite do Senhor Feudal e de sua camarilha.

Nesse tipo de regime econômico (escravocrata), somente outros senhores feudais são os potenciais consumidores. Trata-se, portanto, de um regime econômico vegetativo.

14.5. REESTATIZAÇÃO À BRASILEIRA

Assim sendo, os Poderosos Chefões da Rede Globo devem ter concluído que seria preciso eleger um governante que incentivasse o Povo a consumir e que emprestasse o dinheiro necessário aos capitalistas sem capital.

Então, o BNDES foi o incumbido de distribuir a dinheirama arrecadada do Povão, repassando essa dinheirama aos capitalistas (sem capital) de cada um dos grandes segmentos operacionais explorados pelas antigas empresas estatais.

Coincidentemente, os militares de 1964 também tiraram do Povo o dinheiro necessário à criação de muitas dessas empresas estatais privatizadas por FHC. Assim aconteceu, embora os apoiadores do Golpe Militar quisessem a privatização das mais antigas estatais e não a constituição de outras.

Mas, como privatizar se os capitalistas não tinham capital? Por isso sempre precisam dos empréstimos concedidos pelo BNDES.

Os milicos então partiram para a estatização justamente porque no Brasil apenas existiam capitalistas sem capital e os capitalistas com capital eram os maiores sonegadores de tributos.

14.6. EMISSÃO DE DEBÊNTURES EM GARANTIA DOS EMPRÉSTIMOS RECEBIDOS

Contudo, para obtenção dos empréstimos concedidos pelo BNDES existe uma regra básica: a empresa devedora deve emitir debêntures em garantia dos empréstimos recebidos.

No texto denominado Uso de Debêntures para Reestruturação de Dívidas explica-se o contido na Lei 6.404/1976 sobre os direitos do investidor (debenturista). Em suma, o debenturista tem o direito de fiscalizar a aplicação do dinheiro por ele investido.

Assim sendo, na qualidade de debenturista, o BNDES pode exercer em igualdade de condições o mesmo direito do acionista controlador da empresa investida. Ou seja, o BNDES também passa a ser uma espécie de dono da empresa, principalmente se ela deixar de liquidar o empréstimo concedido.

Trata-se, portanto, de uma forma indireta de estatização da economia para recuperação das empresas em regime pré-falimentar.

Trata-se da estatização à brasileira à exemplo da estatização à italiana efetuada pelo IRI depois da Segunda Guerra Mundial.

Trata-se ainda de algo semelhante ao que fez Franklin Roosevelt nos Estados Unidos. Emitindo papel moeda sem lastro, investiu nas empresas falidas pela Crise de 1929 e assim transformou aquele país em Potência Mundial na Segunda Guerra Mundial. A Europa fez o mesmo em 2011, porém, quase sem sucesso.

Qualquer semelhança com o feito por Lula não é mera coincidência. É aprendizado, é máxima experiência adquirida com o passar do tempo. E os COXINHAS, por mera teimosia, não querem aprender. Por isso, nada dá certo quando eles metem a mão na cumbuca. Veja o significado.

Como o BNDES ficou muito manjado e passou a ser perseguido pelos tais "COXINHAS", inclusive no Banco Central do Brasil, era preciso fazer algo diferente.

14.7. CRIAÇÃO DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS DO TESOURO NACIONAL

Não se sabe como, mas, a Presidenta Dilma Russeff com a assessoria do grande mestre Guido Mantega conseguiu sancionar a Lei 12.380/2011 devidamente aprovada pelo Poder Legislativo, agora com nova redação dada pelo artigo 66 da Lei 13.043/2014, sancionada por Michel Temer (no exercício da vice-presidência) para torna-la mais eficiente.

Uma coisa é certa, os COXINHAS não conseguiram perceber a Trama Estatizante mais uma vez utilizada para salvação dos falidos PRIVATAS, verdadeiros corsários das privatizações, escolhidos durante o Governo FHC para assunção das empresas "leiloadas" a "preço de banana".

Diante do aqui explicado, parece claro que na conversa mantida na sede do governo federal entre Michel Temer e um dos irmãos da JBS, o nosso presidente golpista verdadeiramente agia como controlador do grupo empresarial pois apenas ouvia relatos e satisfações (prestações de contas) sobre algumas coisas solicitadas provavelmente em reunião ou reuniões anteriores.

Portanto, para que se possa saber que de fato o Tesouro Nacional, com base na Lei 12.380/2011, é o acionista controlador daquele conglomerado empresarial, basta verificar se no controle acionário aparece um ou mais Fundos de Investimentos constituídos no exterior que tenham o Tesouro Nacional Brasileiro como cotista majoritário.

Sabendo-se de antemão que o BNDES já possui um terço do capital total daquele conglomerado empresarial e de fato existindo a participação do Tesouro Nacional, poderíamos dizer que aquele conglomerado empresarial é um dos atores do citado Brazil Global Player.

Esses dados, se de fato existirem, devem estar sigilosamente registrados na Secretaria do Tesouro Nacional na qualidade de órgão do Ministério da Fazenda (Ministério da Economia segundo Paulo Guedes).

Se de fato tal hipótese for verdadeira, inegavelmente durante o Governo Lula o Brasil foi elevado à condição de verdadeira potência econômica mundial em associação com os demais BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Veja também o texto denominado Desvendada a Rede Capitalista que Controla o Mundo.

14.8. O BRASIL E A FALTA DE NACIONALISMO E PATRIOTISMO

O grande problema enfrentado pelo Brasil é a falta de nacionalismo e de patriotismo que se torna evidente naqueles políticos que chamamos de Falsos Representantes do Povo.

Então, eles preferem destruir tudo aquilo que foi feito para engrandecer o Brasil, inclusive destruindo o BANCO DOS BRICS, simplesmente por mero preconceito e segregação social contra os trabalhadores brasileiros, os quais querem transformar em escravos de insanos senhores feudais representados pela nossa Elite Vira-Lata.

15. CRITICANDO O SISTEMA IMPLANTADO PELA OLIGARQUIA ESCRAVOCRATA BRASILEIRA

A crítica, portanto, correta e real deve ser feita a todo o sistema que pelo menos desde a ditadura militar-civil favorece aos grandes capitalistas com dinheiro dos governados, depois de muito suor, de muito trabalho explorado e extraído para alavancar determinadas empresas em conluio com políticos no poder.

16. A REDE GLOBO APOIANDO O GOLPE PARLAMENTAR CONTRA DILMA RUSSEFF

Por fim, a Globo atuou com toda sua força para retirar a presidente Dilma Rousseff da presidência em 2015/16, que por incrível que possa parecer vinha realizando as reformas exigidas pelos grandes capitalistas, todavia em ritmo mais lento do que aquele implementado pelo governo de Michel Temer.

Embora Michel Temer viesse encaminhando uma reforma absolutamente reacionária e conservadora, a Rede Globo fez campanha, assumindo inclusive, em editorial do dia 19/05/2017 do jornal O Globo, que só restava ao Presidente da República Michel Temer a renúncia.

16.1. O CONTRAGOLPE GLOBAL

Tal como aconteceu no Governo Collor, no final do Governo FHC e no Governo Dilma, podemos dizer que agora a Rede Globo também está insatisfeita com os prejuízos sofridos por seus anunciantes e por si mesma durante o Governo Temer.

Parece óbvio que sem os seus perpétuos anunciantes (agora falidos) a Rede Globo também chegará à falência. Por isso é preciso que seja empossado um novo Salvador da Pátria deles.

Na falta de candidatos dignos de fé pública, talvez o próprio Lula seja o mais cotado pela Rede Globo porque na sua dupla gestão (de 2003 a 2010) conseguiu agradar a gregos e troianos, mesmo sendo vítima de imensa segregação social desferida pelos já conhecidos COXINHAS que agora, mais do que nunca, estão mais perdidos que cegos no meio de um tiroteio, entre gangues rivais, cheio de balas perdidas.

17. TEMER FEUDALISTA: TIRANDO DOS POBRES PARA DAR AOS MAIS RICOS SONEGADORES DE TRIBUTOS

É importante entender que Michel Temer vinha sendo apoiado amplamente pelo PMDB, PSDB, DEM e outros partidos menores. A base aliada estava bastante sólida, ampla e unida no conservadorismo escravocrata que há muito tempo não estava tão organizado no Brasil. Tudo indicava que a negativa reforma da previdência e trabalhista passaria com bastante folga no Congresso, apinhado de falsos representantes do Povo.

18. TENTANDO REVERTER O RISCO SISTÊMICO IMPOSTO PELA POLÍTICA ECONÔMICA DE MICHEL TEMER

Por que, então, defender a retirada de Temer?

Por que desestabilizar ainda mais o país que já está em crise econômica?

Se vale a pena aprendermos com as experiências do passado, poderíamos dizer que o governo federal na gestão de Michel Temer possuiu uma notória e grande rejeição popular.

Assim, pode ser que a Globo queira se livrar da pecha de quem colocou o Temer no poder. Os poderosos chefões da Globo talvez acreditem que o apoio a um novo golpe venha resgatar a sua credibilidade como a emissora que também retirou o mesmo Temer do poder. Curioso é que seria a repetição daquilo que aconteceu exatamente com Collor de Mello.

19. A INEGÁVEL FORÇA DAS REDES SOCIAIS

Em tempos de poder crescente das redes sociais (Facebook, WhatsApp e outras) com uma circulação imensa de ideias, o poder dos grandes conglomerados de mídia está claramente em declínio, se eles perdem a credibilidade ficam fadados a total desconstrução de seus impérios.

Outra hipótese diz respeito a desestabilizar o país, descredenciando todos os políticos para que a própria população queira ou aceite um outro golpe militar-civil.

Segundo o senador José Serra, um novo Golpe Militar não é possível porque os militares de hoje não são apoiados pelos Estados Unidos.

Os nossos atuais militares (contrários aos Golpes de Estado) são defensores da Amazônia Azul e da Amazônia Verde como patrimônios nacionais dos brasileiros, contrariamente aos interesses norte-americanos.

Veja em Brazil Global Player.

20. A INSANIDADE DOS IMPERIALISTAS GOVERNANTES NORTE-AMERICANOS

Com Donald Trump no poder nos EUA, a conjuntura torna-se absolutamente favorável para esse tipo de golpe. Um golpe no Brasil, seria o cenário ideal para que se realizasse um golpe também na Venezuela e virasse de vez a visão política no continente com um alinhamento natural ao governo autoritário e conservador dos EUA.

Ademais, um golpe militar-civil no Brasil acabaria com todas as denúncias da operação “lava-jato” e dos procuradores que estão colocando na cadeia alguns políticos. O Congresso seria fechado, mas todos os políticos que lá estão se livrariam dos processos de corrupção de que fazem parte.

Além do mais, os militares da extrema direta já possuem um candidato “forte, nacionalista, impetuoso, autoritário, conservador e que se apresenta como corajoso para destruir todas as enormes mazelas da política e da sociedade brasileiras”.

O golpe militar pode servir para colocar um deputado federal, militar da reserva, no poder Executivo. Trata-se de Bolsonaro. Esse candidato está em plena campanha eleitoral, visitando quase que diariamente todos os quartéis do país. Ele ainda possui uma enorme rede de think tanks que divulgam suas ações pelas redes sociais, sendo amplamente compartilhada por militares, seus familiares e amigos.

No pré-1964, a Globo apoiou o “quanto pior, melhor”, justamente para garantir o caminho dos militares ao poder Executivo. Algo similar aconteceu com o lançamento da candidatura de Fernando Collor em 1989. Como os políticos estavam muito desgastados, Collor apareceu como o candidato da antipolítica. Bolsonaro é também apresentado dessa maneira, nem parece que ele é um político profissional há muito tempo.

Por consequência, a Rede Globo mostra as falhas de todos os candidatos, mas blindando exatamente Bolsonaro, tal como fez com FHC, com Collor e a ditadura militar.

Enquanto a Rede Globo aponta as críticas de todos os candidatos e não fala de um deles, é óbvio que o está favorecendo. Enquanto todos se desgastam, a candidatura mais perigosa de todas vai sendo construída subliminarmente.

O SBT apresentou no dia 21/05/2017 um programa inteiro sobre a candidatura de Bolsonaro, como um herói brasileiro, para tirar o país do que ele chama de bagunça.

21. CONCLUSÃO - A REDE GLOBO ENGENDRA UM GOLPE CONTRA MICHEL TEMER

Em resumo, com base na história política brasileira, não podemos descartar a preparação de um golpe militar-civil por parte da Globo e de seus oligopólios de comunicação de massa aliados, nem o lançamento da candidatura de Bolsonaro como mais um Salvador da Pátria.

Esses são os piores cenários para a política brasileira, pois estaríamos sem liberdade de expressão e, portanto, nem esse artigo poderia circular.

Por fim, com todas as denúncias apresentadas, as suspeitas populares de que os políticos estão meramente a serviço dos interesses de alguns dos grandes empresários ou banqueiros escolhidos, se confirmou.

Os depoimentos ratificam que o dinheiro público, que deveria servir a sua população que contribui, é amplamente utilizado para favorecimento recíproco de políticos e empresários por meio de corrupção e falcatruas.

Aquela sensação de corrupção ampla e ativa nos meios políticos e empresariais está agora mais que confirmada. Percebemos também que com esse sistema, do jeito que está organizado, o voto dos governados de pouco adianta, pois os políticos precisam de aliança com aqueles que possuem dinheiro para suas campanhas eleitorais, sejam eles, empresários, banqueiro, narcotraficantes ou qualquer outro, para comprar jornalistas, juízes, televisões, rádios, apoios nas favelas e periferias.

Esse sistema oligárquico-representativo requer que o candidato faça de tudo para se eleger, inclusive, prostituir suas ideias. Para ele, o importante é ganhar a eleição. Trata-se daquela velha máxima: “os fins justificam os meios”, que não deu certo em lugar nenhum. Assim, ele se vende para chegar e manter-se no poder, mesmo que tivesse uma ideologia crítica a isso tudo.

Portanto, não adianta votar nesse ou naquele político. É necessário mudar todo o sistema de organização política da sociedade, sem a qual, continuaremos a transformar algumas pessoas, até com boas intenções, em verdadeiros canalhas corruptos.

É necessário jogar todo o sistema político-eleitoral existente no país abaixo e construir um modelo marcado pelo total controle da população sobre todos os rumos das verbas públicas, de seus direitos, enfim o autogoverno. Único que é verdadeiramente oposto a todo tipo de ditadura. Um autogoverno que viabilize a democratização dos meios de comunicação e que acabe com os oligopólios de comunicação de massa para se garantir a verdadeira liberdade de expressão.

Se queremos acabar sinceramente com o uso de dinheiro público para financiar empresas e o dinheiro das empresas para financiar políticos inescrupulosos, se queremos acabar com o compra e venda de votos no Congresso Nacional, com os cargos do Estado virando moeda política, só existe um jeito: governo (Kratos ou cracia) do povo (demos) ou democracia no seu sentido etimológico.

Esse modelo só será concretizado quando qualquer pessoa do povo puder exercer influência sobre os rumos do dinheiro público que é construído pelo seu trabalho. Quando sua voz for ouvida pelos demais, quando suas considerações forem levadas em conta, e isso não acontece com um regime representativo no qual um eleito não possui nenhuma obrigação de atender aos interesses dos governados, mas apenas de responder aos financiadores de sua campanha eleitoral.

Enfim, estamos vendo no Brasil a total falência do regime representativo e ainda estão tentando nos impor um regime ainda mais ditatorial, quando a melhor solução é a real democracia, que significa autogoverno popular.



NOTA BIBLIOGRÁFICA


PARADA FILHO, Américo Garcia. "O GOLPE DENTRO DO GOLPE". COSIF Eletrônico - Portal de Contabilidade. São Paulo, 29/05/2017. TEXTOS. Disponível em https://www.cosif.com.br/publica.asp?arquivo=20170529novogolpe. Acessado quarta-feira, 17 de setembro de 2025.
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