Ano XXVI - 5 de outubro de 2024

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A CRISE DOS BANQUEIROS E DEMAIS EMPRESÁRIOS DO PRIMEIRO MUNDO



A CRISE DOS BANQUEIROS E DEMAIS EMPRESÁRIOS DO PRIMEIRO MUNDO

COMO QUEBRAR UMA EMPRESA - OS EXECUTIVOS SÃO TODOS IGUAIS

São Paulo, 25/07/2012 (Revisado em 13-03-2024)

Manipulação da Taxa Libor, CDI - Depósitos Interfinanceiros, A legislação e as normas brasileiras são rígidas que as norte-americanas e europeias, Fraudes praticadas pelos executivos das multinacionais e do sistema financeiro internacional.

SUMÁRIO:

  1. COMO QUEBRAR UMA EMPRESA  - OS EXECUTIVOS SÃO TODOS IGUAIS
    • OS DESFALQUES ENGENDRADOS PELOS MAIS IMPORTANTES EXECUTIVOS
    • AS MEDIDAS CONTRA OS TRABALHADORES, APOSENTADOS E PENSIONISTAS
    • AS MEDIDAS CONTRA AS MALANDRAGENS DOS EXECUTIVOS BRASILEIROS
  2. PARA EVITAR NOVO PANAMERICANO, CMN LIMITA REMUNERAÇÃO DE ALTOS EXECUTIVOS FINANCEIROS - O INESCRUPULOSO MUNDO DOS EXECUTIVOS
  3. PARLAMENTO BRITÂNICO INVESTIGARÁ MANIPULAÇÃO DE TAXA DE JUROS - CRIMES CONTRA INVESTIDORES E CONTRA A ORDEM ECONÔMICA
  4. APÓS FRAUDE, BARCLAYS ANUNCIA DEMISSÃO DE PRESIDENTE - MAS ELE NÃO VAI INDENIZAR OS PREJUÍZOS CAUSADOS
  5. EXECUTIVO-CHEFE DO BARCLAYS RENUNCIA APÓS ESCÂNDALO - MANIPULAÇÃO DAS COTAÇÕES - CRIME CONTRA INVESTIDORES
  6. VÍDEO = O ENÉSIMO ESCÂNDALO QUE ABALA O MUNDO DAS FINANÇAS - O INESCRUPULOSO MUNDO DOS BANQUEIROS
  7. LIBOR = EURIBOR = TAXA DI = CDI - DEPÓSITOS INTERFINANCEIROS

Veja também:

  1. Como Quebrar uma Empresa - Texto Elucidativo
  2. Fraudes e Crimes contra Investidores
  3. Barreiras Contra Fraudes no Gerenciamento de Ativos - Chinese Wall no Asset Mangement
  4. Contabilidade Criativa - Contabilidade Fraudulenta
  5. Contabilidade Forense - Perícias Contábeis
  6. ABR - Auditoria Baseada em Riscos - Governança Corporativa - Conselho Fiscal - Comitê de Auditoria
  7. A Crise de Credibilidade da Governança Corporativa
  8. NBC-TG-10 - Pagamentos Em Ações

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe

1. COMO QUEBRAR UMA EMPRESA - OS EXECUTIVOS SÃO TODOS IGUAIS

  1. OS DESFALQUES ENGENDRADOS PELOS MAIS IMPORTANTES EXECUTIVOS
  2. AS MEDIDAS CONTRA OS TRABALHADORES, APOSENTADOS E PENSIONISTAS
  3. AS MEDIDAS CONTRA AS MALANDRAGENS DOS EXECUTIVOS BRASILEIROS

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe

1.1. OS DESFALQUES ENGENDRADOS PELOS MAIS IMPORTANTES EXECUTIVOS

Nos Estados Unidos, na Islândia, Grécia, Espanha, Inglaterra e em outros países europeus os executivos são todos iguais e os seus patrões também. Eles administram suas empresas como se estivessem jogando em um cassino. Blefam e a apostam seu patrimônio e os de seus clientes (investidores) sem nenhum pudor. Depois de falidos, pedem ajuda governamental. Essa é a rotina do sistema financeiro mundial. E quem paga a conta é o povo, o trabalhador.

1.2. AS MEDIDAS CONTRA OS TRABALHADORES, APOSENTADOS E PENSIONISTAS

Os planos de austeridade engendrados por renomados economistas e colocados em prática pelos governantes de extrema-direita sempre beneficiam os detentores do poderio econômico, prejudicando os trabalhadores, aposentados e pensionistas.

Os laureados com o Prêmio Nobel de Economia de 2010, por exemplo, para ganharem o importante prêmio, defenderam a tese que antes de 2002 era aplicada pelos gestores da política econômica brasileira. Isto é, os laureados com o Nobel de Economia em sua tese consideraram como culpados pelos descompassos econômicos os trabalhadores, aposentados e pensionistas. Por isso pregam uma contundente Reforma Trabalhista e Previdenciária para extinção dos Direitos Sociais dos trabalhadores.

Baseados em tais teses extremistas, os governantes europeus e norte-americanos a partir de 2011 estão diminuindo a remuneração de trabalhadores, aposentados e pensionistas (considerados "a praga que precisa ser combatida a ferro e fogo").

E a Presidenta Dilma Russeff, principalmente por ser economista, também está tentando fazer o mesmo com os trabalhadores brasileiros a partir de 2012.

1.3. AS MEDIDAS CONTRA AS MALANDRAGENS DOS EXECUTIVOS BRASILEIROS

Para evitar os desfalques engendrados pelos executivos não somente do sistema financeiro mundial como também dos posudos executivos das multinacionais, a Resolução CMN 3.921/2010 publicada pelo Banco Central do Brasil dispôs sobre a política de remuneração de administradores das instituições financeiras e demais instituições por ele autorizadas a funcionar.

Por sua vez, a Resolução CMN 4.019/2011 - dispôs sobre os procedimentos aplicáveis aos casos de descumprimento de padrões mínimos de capital e de limites operacionais, mencionando que o descumprimento das regras estipuladas será punida com a suspensão da remuneração dos dirigentes de entidades do sistema financeiro quando estiver apresentando riscos de liquidez. Isto é, quando estiver à beira da insolvência, obviamente por má administração, também chamada de administração temerária (arriscada, imprudente, perigosa).

Esse tipo de administração mais próxima da jogatina em um cassino pode ser penalizada também por dois antigos dispositivos legais. São eles:

  1. Lei 6.024/1974 que dispõe sobre a intervenção e a liquidação extrajudicial de instituições financeiras, quando os bens dos seus antigos administradores e acionistas controladores ficarão indisponíveis.
  2. Decreto-Lei 2.321/1987 que instituiu, em defesa das finanças públicas, o regime de administração especial temporária, nas instituições financeiras privadas e públicas não federais, quando os bens dos antigos administradores e controladores também ficarão indisponíveis.
  3. MNI 5-1 - Ação Fiscalizadora do Banco Central - Processo Administrativo Sancionador

Isto significa que a legislação e as normas brasileiras são bens mais rigorosas que as vigentes nos Estados Unidos e na Europa. Portanto, para melhor controle e saneamento do sistema financeiro brasileiro, basta que os dirigentes de nossos órgãos de fiscalização e de política monetária queiram de fato trabalhar em prol da nação e não somente em defesa dos interesses mesquinhos dos detentores do grande capital.

Veja também o texto intitulado Como Quebrar uma Empresa.

Em complementação ao escrito, leia os textos a seguir, publicados pelo jornal O globo do Rio de Janeiro e pela Euronews de Portugal.

2. PARA EVITAR NOVO PANAMERICANO, CMN LIMITA REMUNERAÇÃO DE ALTOS EXECUTIVOS FINANCEIROS

COSIFE: O INESCRUPULOSO MUNDO DOS EXECUTIVOS

Por PATRÍCIA DUARTE - Publicado em 25/11/2010 por O Globo - Economia

BRASÍLIA - A remuneração dos altos executivos de instituições financeiras será limitada a partir de janeiro de 2012 com o objetivo de diminuir os riscos financeiros do setor e das próprias empresas, como supostamente ocorreu com o banco PanAmericano. O Conselho Monetário Nacional (CMN) divulgou resolução determinando que os rendimentos desses profissionais, com cargo de diretor para cima, poderão ser fixos ou variáveis. Neste último caso, 50% deverão ser pagos em ações, ou similares como opções de ações, da própria empresa. Além disso, 40% dessa remuneração variável deverá ser paga em até três anos, aumentando ainda mais o comprometimento do executivo com o bom desempenho da companhia.

O objetivo é desestimular comportamentos (de executivos) que elevem os riscos das instituições, resumiu o chefe do departamento de Normas do Banco Central (BC), Sérgio Odilon dos Anjos.

Recentemente, o banco PanAmericano sofreu um rombo de quase R$ 2,5 bilhões por causa de supostas fraudes contáveis, cujos indícios apontam para o objetivo de melhorar a remuneração dos seus principais executivos. O caso está sendo avaliado pelo próprio BC e pelo Ministério Público. A remuneração variável desses profissionais, ainda segundo a resolução do CMN, deve ser baseada no desempenho individual, da unidade de negócio do executivo, da instituição como um todo e frente aos riscos assumidos. Em nota, o CMN argumentou que "políticas inadequadas de remuneração têm sido apontadas como causas que contribuíram para a última crise financeira (2008)" e que as regras foram formuladas pelo Brasil após assumir compromissos no âmbito do G-20.

3. PARLAMENTO BRITÂNICO INVESTIGARÁ MANIPULAÇÃO DE TAXA DE JUROS

COSIFE: CRIMES CONTRA INVESTIDORES E CONTRA A ORDEM ECONÔMICA

Publicado em 02/07/2012 por G1.Globo.com/Economia - Reuters

O Parlamento britânico vai investigar o escândalo de manipulação de juros que atingiu o setor bancário londrino, anunciou nesta segunda-feira (02/07/2012) o primeiro-ministro britânico David Cameron.

Na semana passada, o banco Barclays recebeu multa por ter tentado manipular a taxa de juros interbancária londrina, a Libor, referência mundial para cerca de US$ 350 trilhões em derivativos e outros produtos financeiros.

O governo está sob forte pressão para exercer maior vigilância sobre o setor bancário, que entrou na mira da opinião pública desde que os contribuintes começaram a resgatar vários bancos durante a crise financeira de 2008 e 2009.

"Quero que estabeleçamos uma comissão parlamentar de inquérito que envolva as duas casas", disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ao Parlamento nesta segunda-feira (02/07/2012). "Essa comissão será capaz de mostrar evidências cabais, terá acesso irrestrito a documentos, funcionários e ministérios, inclusive ministros e altos conselheiros do último governo".

O Partido Trabalhista, de oposição, tinha ameaçado buscar uma votação no Parlamento sobre a necessidade de uma investigação independente sobre excessos, cultura e negligências do setor bancário.

4. APÓS FRAUDE, BARCLAYS ANUNCIA DEMISSÃO DE PRESIDENTE

COSIFE: MAS ELE NÃO VAI INDENIZAR OS PREJUÍZOS CAUSADOS

Publicado em 02/07/2012 pelo G1.Globo.com./Economia - Agência Estado

O Barclays anunciou nesta segunda-feira (02/07/2012) a demissão do seu presidente, Marcus Agius, e afirmou que fará uma auditoria independente em todos os seus negócios. Agius é acusado de participar de um grupo que distorceu artificialmente a taxa Libor, referência de juro no mercado interbancário em Londres.

Na semana passada, o banco concordou em pagar 290 milhões de libras (US$ 452 milhões) para encerrar uma investigação das autoridades britânicas e americanas sobre suposta manipulação de taxas interbancárias de juros por operadores. Agius assumiu responsabilidade pela multa. "Como presidente, eu sou o último guardião da reputação do banco. Assim, a responsabilidade é minha", disse o executivo, em comunicado.

O FBI e o Departamento de Fraudes Sérias do Reino Unido estão conduzindo inquéritos junto a funcionários do banco acusados por reguladores de distorcerem artificialmente a taxa. Ao prestar esclarecimentos, o Barclays admitiu que executivos tentaram manipulá-la. Ainda não está claro se a saída de Agius será suficiente para recuperar a imagem do banco e desviar a pressão sobre Robert Diamond, chefe executivo do Barclays, que também enfrentou pedidos por sua renúncia. Após o anúncio da saída de Agius, as ações do Barclays subiam 1,8% na Bolsa de Londres (às 4h05, horário de Brasília).

5. EXECUTIVO-CHEFE DO BARCLAYS RENUNCIA APÓS ESCÂNDALO

COSIFE: MANIPULAÇÃO DAS COTAÇÕES - CRIME CONTRA INVESTIDORES

Publicado em 03/07/2012 por G1.Globo.com/Economia - EFE

O executivo-chefe do banco britânico Barclays, Bob Diamond, apresentou nesta terça-feira (3) sua demissão com efeito imediato, após o escândalo da manipulação das taxas de juros interbancários, informou a instituição bancária.

A saída de Diamond acontece um dia depois da renúncia do presidente do Barclays, Marcus Agius, e após o anúncio feito pelo primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, de que haverá uma investigação parlamentar sobre o setor bancário.

O escândalo explodiu na semana passada, quando os organismos reguladores do Reino Unido e dos Estados Unidos multaram o banco britânico em 290 milhões de libras (US$ 456,5 milhões) por manipular o Libor - a taxa de juros interbancária fixada diariamente em Londres - e seu equivalente europeu, o Euribor, entre 2005 e 2009.

"A busca por um novo executivo-chefe começará imediatamente e levará em conta os candidatos internos e externos", informou o Barclays por meio de nota.

Ao anunciar sua demissão, Diamond admitiu que tomou a decisão de manipular a taxa devido à forte pressão recebida, que ameaçava prejudicar a reputação da instituição bancária.

Diamond, americano de 60 anos, confirmou que pensa em comparecer amanhã ao Comitê do Tesouro da Câmara dos Comuns para responder a perguntas sobre o escândalo.

Outros bancos britânicos estão sendo investigados por esse caso de manipulação das taxas, entre eles o Royal Bank of Scotland (RBS), propriedade do Estado em 84%.

6. O ENÉSIMO ESCÂNDALO QUE ABALA O MUNDO DAS FINANÇAS

Texto da EURONEWS, editado por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe

O INESCRUPULOSO MUNDO DOS BANQUEIROS

Vídeo Veiculado em 04/07/2012 pela Euronews.com de Portugal

Executivos inescrupulosos manipulam as cotações dos juros no mercado interfinanceiro

Transcrição do falado, em português de Portugal, pela apresentadora do vídeo da Euronews, com anotações pelo coordenador do COSIFe:

A manipulação da taxa libor é o enésimo escândalo que abala o mundo das finanças. E esta apenas a ponta do iceberg de uma cultura bancária corrupta [com a utilização de lobistas].

Outros bancos como UBS, RBS, Lloyds e HSBC estão na mira dos investigadores [governamentais]. A manipulação da taxa interbancária britânica, Libor, e provavelmente a equivalente europeia, Euribor, é uma falta muito grave e com consequências, segundo a Autoridade de Serviços Financeiros [Banco Central]

Tracey McDermott, FSA: [investigador governamental de fraudes financeiras]

Detetámos práticas muito graves relativas a à preparação das propostas na altura de fixar o libor. O libor é um índice muito importante em milhões de contratos em todo mundo.

Superprotegido pelo governo, o sector bancário britânico é um dos grandes motores da economia do país. Nas últimas décadas prosperou graças a um ambiente económico de permissividade [eles podem fazer de tudo = são os donos do poderio econômico]. Os bônus e altos salários dos dirigentes, apesar da crise, caiem muito mal na opinião pública. [os culpados da crise são os trabalhadores e não os especuladores; é o que dizem os governantes de extrema-direita]

Um exemplo é o ex-director geral do Barclays, Bob Diamond, com um salário anual de 1.3 milhões de libras [perto de 4 milhões de reais] e foi com arrogância que declarou no Parlamento em 2011:

"Houve um período para os remorsos e as desculpas dos bancos. Esse período tem de acabar".

Hoje, os britânicos declaram confiar menos nos banqueiros do que nos ministros, políticos e outros.

Coralie Pring, ComRes: [pesquisador da opinião pública]

Quando perguntamos ao público britânico se acha que um banqueiro fala só a verdade, apenas 10% dizem que confiariam no banqueiro, e quase quatro em cada cinco afirmam que não.

As medidas de austeridade somadas aos planos de resgate dos bancos britânicos e a cobiça destes provocaram a indignação do movimento "Ocupa Sait Paul", na City. [idêntico ao "Occupy Wall Street" = Intervenha no mercado de capitais meramente especulativo]

Mas para a fundadora do ONG MyBnk, há que chegar ainda mais longe. 

Acho que, com a recessão de 2008, todos nos demos conta de que os consumidores também têm um papel na crise financeira e como consumidores, devemos estar bem informados, e interagir com o sistema bancário ao mesmo nível dele. Por isso, acho que uma educação financeira desde cedo é algo extraordinariamente importante.

Ali Sheikholeslami, correspondente da euronews, em Londres, conclui:

A confiança dos britânicos no sector bancário está de rastos [muito baixa], e isto não se deve só ao escândalo do libor ou às más práticas de certos indivíduos que têm mais a ver com uma cultura de cobiça e corrupção que já dura há demasiado tempo.

7. LIBOR = EURIBOR = TAXA DI = CDI - DEPÓSITOS INTERFINANCEIROS

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe

No Brasil a taxa de juros praticada entre bancos é chamada de DI - Depósito Interfinanceiro. A operação acontece mediante o registro eletrônico (escritural) de um CDI - Certificado de Depósito Interfinanceiro pelo banco tomador do empréstimo que é vendido para o banco investidor. Geralmente essa operação financeira é intermediada por empresas Corretoras e Distribuidoras de Câmbio e de Títulos e Valores Mobiliários independentes (não ligadas aos bancos captadores e aplicadores).







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