Ano XXV - 23 de abril de 2024

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BANCO CHINÊS HESITA EM EMPRESTAR AO SETOR PRIVADO


BANCO CHINÊS HESITA EM EMPRESTAR AO SETOR PRIVADO

AS AÇÕES DAS EMPRESAS ESTATAIS ERAM CONSIDERADAS TÍTULOS PODRES

São Paulo, 23/02/2019 (Revisada em 17/03/2024)

Canibalismo Econômico, Neocolonialismo Privado, Formação de Cartéis Controlados por Multinacionais ou Transnacionais, Shadow Banking System - Sistema Bancário Fantasma. Fraca Atuação dos Bancos Centrais diante das Inócuas Regras do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia - Suíça. Crise de Credibilidade da Governança Corporativa com Auditores Independente estabelecidos em Paraísos Fiscais.

  1. AS AÇÕES DAS EMPRESAS ESTATAIS ERAM CONSIDERADAS TÍTULOS PODRES
    1. Quem está certo? Nós ou Eles (os chineses)?
    2. PROPAGANDA ENGANOSA = FAKE NEWS
    3. A VERDADE EXPOSTA NOS FATOS JÁ CONHECIDOS
    4. A VERDADE EXPOSTA NOS FATOS JÁ CONHECIDOS
    5. SONEGADORES TRIBUTOS NÃO INVESTEM NA INICIATIVA PRIVADA
    6. O CAIXA DOIS TRANSFORMADO EM CAPITAL ESTRANGEIRO
  2. BANCO CHINÊS HESITA EM EMPRESTAR AO SETOR PRIVADO
    1. O DILEMA DOS BANCOS ESTATAIS CHINESES - OPTAR POR BONS OU MAUS PAGADORES
    2. NOVAS DIRETRIZES PARA OS BANCOS AUMENTAREM O APOIO A EMPRESAS PRIVADAS
    3. A OPINIÃO DAS AGÊNCIAS DE RATING SOBRE A INADIMPLÊNCIA
    4. HISTÓRICO DO COMBATE À CONTABILIDADE CRIATIVA
    5. A OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DO MERCADO SOBRE OS RISCO DE CRÉDITO
    6. AS VENDAS A DESCOBERTO NÃO ESTÃO NO MUNDO DA CONTABILIDADE

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

1. AS AÇÕES DAS EMPRESAS ESTATAIS ERAM CONSIDERADAS TÍTULOS PODRES

  1. Quem está certo? Nós ou Eles (os chineses)?
  2. PROPAGANDA ENGANOSA = FAKE NEWS
  3. A VERDADE EXPOSTA NOS FATOS JÁ CONHECIDOS
  4. SONEGADORES TRIBUTOS NÃO INVESTEM NA INICIATIVA PRIVADA
  5. O CAIXA DOIS TRANSFORMADO EM CAPITAL ESTRANGEIRO

1.1. Quem está certo? Nós ou Eles (os chineses)?

Primeiramente é preciso informar àquelas pessoas que tinham menos de 10 asnos de idade quando aconteceram as privatizações efetuadas durante o Governo FHC que a nossa MÍDIA, em obediência aos seus pares daquele governo, propagava que as ações das empresas estatais brasileiras eram TÍTULOS PODRES que nada valiam.

1.2. PROPAGANDA ENGANOSA = FAKE NEWS

Os profissionais do mercado de capitais, bem antes das privatizações ocorridas no Governo FHC (na década de 1980, durante o Governo Sarney), também já afirmavam que as ações das estatais nada valiam.

No caso da Telebrás e das empresas estaduais de telefonia, por exemplo, os profissionais do mercado diziam que somente a linha telefônica tinha valor comercial e que as ações das empresas nada valiam.

Baseados nessa falsa informação ou propaganda enganosa (fake news), veiculada pela nossa MÌDIA, os proprietários de telefones vendiam suas ações por ninharia, pois acreditavam que de fato somente a linha telefônica tinha valor.

Como conclusão dessa triste história, sem rodeios podemos afirmar que os telefones atualmente não tem valor de negociação. Em contraposição, os atuais proprietários daqueles TÍTULOS PODRES estão PODRES DE RICOS, excetuando-se os inescrupulosos aventureiros (estelionatários) que dilapidaram o patrimônio da empresa privatizada e as deixaram falidas para que o poder público absorvesse os prejuízos e voltasse a reergue-las.

1.3. A VERDADE EXPOSTA NOS FATOS JÁ CONHECIDOS

Foi assim, emprestando dinheiro para apadrinhados incompetentes ou para inescrupulosos, que o BNDES passou a ser o controlador de muitas empresas que se tornaram inadimplentes porque todo o dinheiro disponível (obtido por empréstimo naquele banco estatal de desenvolvimento nacional) foi internacionalizado em paraísos fiscais.

E aquele dinheiro lavado em paraísos fiscais volta ao Brasil como capital estrangeiro, com base num projeto de Neocolonialismo Privado em que aqueles sonegadores de tributos transformam-se em investidores em títulos públicos. Assim, com a cumplicidade dos nossos governantes que se revelam como inimigos dos trabalhadores, passam a viver nababescamente a custa da miséria do nosso Povo.

Dados da Receita Federal e de órgãos de pesquisa atestam que muitos bilhões de dólares vindos de paraísos fiscais estão aplicados em importantes imóveis no Brasil, principalmente na cidade São Paulo.

Veja as informações complementares no site da Transparência Internacional - SÃO PAULO: R$ 8.6 BILHÕES EM IMÓVEIS ESTÃO LIGADOS A EMPRESAS OFFSHORE.

Veja também: SÃO PAULO: A CORRUPÇÃO MORA AO LADO? EMPRESAS OFFSHORE E O SETOR IMOBILIÁRIO NA MAIOR CIDADE DO HEMISFÉRIO SUL. Este relatório identifica como imóveis no valor de bilhões de dólares pertencem a pessoas jurídicas vinculadas a empresas registradas em paraísos fiscais. Assim como em muitos países ao redor do mundo, no Brasil é possível ocultar o beneficiário final de empresas que estão comprando propriedades. A pesquisa mostra que mais de 3.450 imóveis pertencem a 236 empresas que são ou foram ligadas a arranjos corporativos baseados em jurisdições pouco transparentes, entre elas as Ilhas Virgens Britânicas, o estado norte-americano de Delaware e o Uruguai.

1.4. SONEGADORES TRIBUTOS NÃO INVESTEM NA INICIATIVA PRIVADA

Pergunta-se: Por que os sonegadores de tributos não aplicam seu dinheiro em empresas e sim em imóveis ou títulos públicos?

A vontade era a de deixar a resposta em branco. Mas, diante do que se tem verificado, mediante a essa mesma questão formulada para diversos tipos de cidadãos comuns, inclusive alguns profissionais do mercado e servidores públicos, muita gente não soube responder.

Para aqueles que não souberam as razões da preferência pelos investimentos imóveis ou títulos públicos, podemos dizer, fazendo suspense, que a resposta é muito simples.

Se eles eram ou ainda são empresários sonegadores de tributos, obviamente não investiriam nas empresas privadas dos outros sonegadores de tributos. Por quê?

Para não sejam roubados do mesmo modo como foram furtados os que investiram nas empresas deles.

Em síntese: todas as empresas, em pequena ou grande escala, são sonegadoras de tributos.

E, para que os tributos não sejam pagos, os lucros são de alguma forma engenhosa colocados no CAIXA DOIS. Ou seja, o acionista minoritário não fica sabendo quanto perdeu por meio de trapaças empresariais que muitas vezes os auditores não conseguem perceber ou fazem "vista grossa" para não perder o cliente.

Mas, é preciso dizer que o verdadeiro cliente da empresa de auditoria não é o controlador da empresa auditada. Os verdadeiros clientes das empresas de auditoria são os usuários das demonstrações contábeis auditadas. São eles:

  1. Investidores (ações e demais títulos e valores mobiliários)
  2. Fornecedores (de mercadorias, produtos e bens de produção)
  3. Bancos e demais instituições financeiras (empréstimos de dinheiro)
  4. Governos federal, estadual e municipal (tributos)
  5. Outros credores: como, por exemplo, as empresas fornecedoras de serviços públicos.

1.5. O CAIXA DOIS TRANSFORMADO EM CAPITAL ESTRANGEIRO

Depois do CAIXA DOIS lavado ("legalizado") num paraíso fiscal, é aplicado na mesma empresa de onde o dinheiro saiu ou é aplicado em bens tangíveis, que se possa ver ou pegar, como os imóveis, ou aplicado em títulos públicos que imediatamente possam ser transformados em dinheiro e no mesmo momento esse numerário possa ser depositado no exterior.

Conclusão: Eles agora têm dinheiro em paraísos fiscais justamente porque roubaram de incautos investidores. Acredite se quiser. Se não quiser acreditar, continue a ser enganado.

Por isso, operadores do sistema bancário sombrio de paraísos fiscais querem regulamentar (dar legalidade) as operações do Shadow Banking System (O Lado Negro do Mercado), conforme foi explicado no texto Questões sobre o Open Banking = Operações Bancárias Abertas, NÃO CONTROLADAS por Bancos Centrais.

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2. BANCO CHINÊS HESITA EM EMPRESTAR AO SETOR PRIVADO

  1. O DILEMA DOS BANCOS ESTATAIS CHINESES - OPTAR POR BONS OU MAUS PAGADORES
  2. NOVAS DIRETRIZES PARA OS BANCOS AUMENTAREM O APOIO A EMPRESAS PRIVADAS
  3. A OPINIÃO DAS AGÊNCIAS DE RATING SOBRE A INADIMPLÊNCIA
  4. HISTÓRICO DO COMBATE À CONTABILIDADE CRIATIVA
  5. A OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DO MERCADO SOBRE OS RISCO DE CRÉDITO
  6. AS VENDAS A DESCOBERTO NÃO ESTÃO NO MUNDO DA CONTABILIDADE

Por Gabriel Wildau e Yizhen Jia. Publicado por VALOR ECONÔMICO em 21/02/2019. Extraído do clipping (resenha  de jornais) do Banco Central do Brasil, distribuído para seus servidores ativos e inativos.

2.1. O DILEMA DOS BANCOS ESTATAIS CHINESES - OPTAR POR BONS OU MAUS PAGADORES

Pobres dos bancos estatais chineses, que estão sempre tentando obedecer as instruções dos formuladores de políticas de Pequim, que estão sempre mudando.

Durante anos, os bancos preferiram emprestar para as grandes empresas estatais - por causa da garantia implícita do governo que essas dívidas tradicionalmente carregam, e porque as estatais eram vistas como campeãs nacionais que mereciam apoio.

Mas agora, o “script” está mudando, conforme a economia perde força.

Muitos investidores estrangeiros estão concentrados no impacto da disputa comercial com os EUA, mas o efeito de uma sanção severa ao setor bancário paralelo (“shadow banking”, em inglês) - que fechou o acesso ao crédito para empresas privadas que dependiam de canais não bancários - provavelmente é mais importante.

As empresas privadas geram 60% do crescimento econômico da China e 90% dos novos empregos, segundo uma associação setorial que as representa.

Diante da forma como foi escrita a última frase acima, obviamente trata-se de FAKE NEWS. Repare na afirmativa e faça a conta antes de se deixar enganar.

Existe mais de um bilhão e trezentos milhões de chineses, ou seja, a população da China é seis vezes maior que a população do Brasil.

Colocaram 90% do novos empregos para que de antemão o leitor seja iludido pelos números na forma de percentuais. Os enganadores nunca falam com números absolutos, reais ou verdadeiros. Utilizam-se somente de percentuais.

Portanto, a frase analisada leva-nos ao engano, porque, levando-se em conta os extremos, 90% de zero é zero e 90% de um bilhão são 900 milhões.

Então, pergunta-se: Quantos empregos foram gerados no total? Essa foi informação foi omitida.

Talvez seja 90% de 0,01% da população total, o que resultaria em perto de 117 mil empregos, pouco menos de 10 mil por mês. Nem durante o Desgoverno Temer a iniciativa privada brasileira foi tão medíocre na criação de novos empregos. E a nossa população, como foi dito, é um sexto da chinesa.

Se colocássemos 90% de 1% da população chinesa, eles teriam gerado quase 12 milhões de empregos, o que é impossível. O mundo inteiro talvez não consiga gerar tantos empregos por ano.

Em tese, os ecologistas não querem que sejam gerados tantos empregos. O aumento da poluição seria enorme. Então, para que não haja mais poluição e efeito estufa, em tese, é preciso causar o desemprego em massa. Haja cemitério para enterrar tanta gente morta pela miséria reinante.

Diante do primeiro exemplo hipotético mostrado, proporcionalmente, Temer teria gerado mais empregos que o governante chinês. Mesmo assim o governo de Temer foi considerado péssimo.

Para sair da crise e voltar a ser a sexta potência mundial em PIB - Produto Interno Bruto, o Brasil precisa gerar mais de um milhão de empregos por ano, nos próximos dez anos, tal como aconteceu durante os Governos Lula e Dilma.

Para que isto novamente aconteça, as empresas privadas brasileiras precisam criar perto de um milhão de novos empregos por ano, quase 100 mil por mês.

Porém, de 2014 para cá, mediante o desemprego em massa, as empresas privadas brasileiras geraram mais de 50 milhões de inadimplentes.

Isto significa que essas mais de 50 milhões de pessoas estão desempregadas ou não estão ganhando o suficiente para pagar suas dívidas. Esta última hipótese é a que mais acontece na China.

Sabe-se que na China a quase totalidade da população vive da agricultura de subsistência. Ou seja, o povo trabalha apenas para que possa comer o mínimo necessário, enquanto parte dos familiares vai para localidades em que estão os paraísos fiscais industriais para que possam ver a cor do escasso dinheiro.

Trabalham como também trabalhavam os quase extintos boias-frias brasileiros (que ficaram desempregados pela automação nas lavouras). Por suas vez, todos sabem que os peões da construção civil moram em alojamentos ou em acampamentos na mata ou em lugares ermos e semi-áridos como na China.

Tudo isto significa dizer que o problema chinês é semelhante ao brasileiro. O maior problema deles é que dependem da matéria-prima importada para que possam produzir o que é exportado.

Todos os países desenvolvidos enfrentam esse mesmo problema, enquanto nós temos o suficiente para dar ou vender para o mundo inteiro durante mais 500 anos. Mesmo assim, somos pobres e os novos governantes ainda querem nos levar à escravidão.

Aqui, significativa parcela dos nossos favelados e grande parte da população do interior, principalmente no nordeste brasileiro e na Amazônia, também trabalha (ou apenas extrai da natureza) só para comer e muito pouco.

Por isso lá na China, como aqui, milhões de novos empregos precisam ser gerados todos os anos.

Entretanto, desde 2015 a produção industrial chinesa vem caindo em razão da diminuição das suas exportações para os países desenvolvidos que estão totalmente endividados (falidos).

Por sua vez, as populações desses países desenvolvidos também estão sem emprego justamente porque as suas antigas empresas privadas passaram a produzir na China. O mesmo fizeram os grandes industriais brasileiros que provocaram o desemprego em massa aqui, também a partir de 2015.

Agora vamos tentar entender como funciona a lógica no sistema produtivo. É algo parecido com a cadeia alimentar na selva. Os mais fortes vão comendo os mais fracos para não morrer de fome.

Em economia, idêntica prática é clamada de Canibalismo Econômico ou de Neocolonialismo Privado.

Eis a lógica: sem consumidores, não há produção, sem as vendas não há como pagar as dívidas empresariais. Por isso, os bancos quebram e sem lucro não há pagamento de tributos. E, sem arrecadação tributária acontecem os déficits no Orçamento Nacional. Sem exportações e com o aumento das importações, acontecem os déficits no Balanço de Pagamentos.

Então, se os empresários não querem voltar a produzir, gerar emprego e vender para o consumo interno, exportando o excedente, obviamente só restará para todos os governantes a estatização de todas as grandes empresas, como queria fazer um dos Prefeitos de Detroit.

Seria a salvação de Detroit. Mas, os inimigos dos trabalhadores não deixaram que ele assim fizesse. Por isso, Detroit continua falida, tal como vai acontecer no Brasil.

Como não deixaram que o Prefeito de Detroit fizesse a máquina girar, mediante estatização da produção, obviamente a inatividade perdura até os dias de hoje e assim continuará por muito tempo, até que os contrários a estatização fiquem completamente pobres por ficarem décadas sem ganhar dinheiro.

De nada adianta investir em títulos públicos porque o governo não terá como pagar os juros por falta de arrecadação. Não adianta investir em imóveis porque não haverá quem os queira comprar ou alugar.

Então, o articulista esclarece:

2.2. NOVAS DIRETRIZES PARA OS BANCOS AUMENTAREM O APOIO A EMPRESAS PRIVADAS

É por isso que o governo chinês emitiu na semana passada [anterior a 21/02/2019] diretrizes exortando os bancos, entre outros intermediários, a preencherem esse vácuo para aumentar o apoio às empresas privadas.

Mesmo assim, não se sabe se o convencimento moral sozinho será capaz de dar conta do recado. Após uma série de “defaults” de bônus por grupos privados, as instituições financeiras estão hesitantes.

Explicando a frase: Após uma série de “defaults” de bônus por grupos privados, as instituições financeiras estão hesitantes.

“Defaults” de bônus por grupos privados significa o não pagamento de dívidas que têm como garantia a emissão de títulos de crédito, que no Brasil são as Cédulas de Crédito Bancário firmadas pelos devedores de empréstimos bancários. Assim sendo, na China semelhantes títulos provavelmente são chamados de bônus da dívida que têm as instituições financeiras como credoras. Por sua vez, o defaults é o não pagamento dessas dívidas (calote, moratória).

Então, em razão do não pagamento das dívidas pelos agora inadimplentes, as instituições financeiras públicas e privadas estão hesitantes na concessão de novos empréstimos a empresas privadas, preferindo emprestar para empresas estatais.

2.3. A OPINIÃO DAS AGÊNCIAS DE RATING SOBRE A INADIMPLÊNCIA

Sarah Xu, analista da agência de classificação de risco de crédito Moody’s em Xangai, diz que a possibilidade de apoio contínuo do governo aos grupos privados é positivo apenas para as companhias “fundamentalmente sólidas”, que, segundo ela, “são poucas”. Quanto às mais fracas, “a maior disponibilidade de crédito não afetará significativamente a situação geral de financiamento dessas empresas”.

Um total de 124 emissões de bônus com o principal (com o valor presente do investimento) avaliado em 121 bilhões de yuans (US$ 18 bilhões) ficaram inadimplentes no ano passado [2018], comparado a apenas 34 bilhões de yuans no ano anterior [2017], segundo dado da Wind Financial Information.

Entre aquelas que deram calote, cerca de quatro quintos (80%) eram formados por grupos empresariais privados, muito embora as empresas estatais representem a maioria dos emissores de bônus. (títulos de crédito privados ou bônus da dívida privada com natureza jurídica semelhante aos Bônus da Dívida Pública: Bônus da Dívida Externa ou Interna).

2.4. HISTÓRICO DO COMBATE À CONTABILIDADE CRIATIVA

Na China os bancos podem estar cautelosos em apoiar os grupos privados porque não confiam na fidedignidade de suas demonstrações financeiras.

Veja informações complementares em Histórico do Combate à Contabilidade Criativa = Contabilidade Fraudulenta

No mês passado [deve ser antes de setembro de 2018], a Kangdexin Composite Materials, uma empresa listada em Shenzhen, deu um calote em um título emitido internamente de 1 bilhão de yuans. Mesmo assim, seu relatório trimestral mais recente mostrava que o grupo tinha 15 bilhões de yuans em ativos de elevada liquidez no fim de setembro [de 2018] - assim, lançando dúvidas sobre a exatidão de suas demonstrações contábeis.

As demonstrações financeiras podem ter sido fabricadas. Uma técnica típica [usada para] obter dinheiro temporariamente” para que ele possa ser registrado no balanço, diz Shi Min, diretor de crédito da Lakefront Asset Management, um fundo hedge de Pequim.

Ele acrescenta que a divulgação da Kangdexin, uma fabricante de filmes laminados, pode ter omitido o fato de que essas posições em dinheiro eram “restritas”, não disponíveis para uso imediato.

A companhia negou ter divulgado demonstrações financeiras falsas e disse num protocolo encaminhado à bolsa de valores de Shenzhen que uma investigação interna revelou “uma situação em que grandes acionistas tomaram conta dos fundos” [pegaram o dinheiro como empréstimo - crime de falsificação material e ideológica da escrituração contábil e de seus comprovantes - Decreto-Lei 1.598/1977], sem fornecer mais detalhes. As autoridades reguladoras do mercado de valores mobiliários da China também estão investigando a companhia, segundo o protocolo.

Mas a Kangdexin não é um caso isolado.

A Bright Oceans Corp, uma companhia trading de commodities, deu calote em pelo menos sete pagamentos de bônus desde o fim de 2017, apesar de reportar 4,8 bilhões de yuans em “cash” e equivalentes em seu balanço em junho de 2017.

A agência chinesa Lianhe Credit concedeu a nota “AA” à companhia naquele mês, rebaixando-a para “C” em janeiro do ano passado [2018]. A Bright Oceans não respondeu a pedidos para comentários.

2.5. A OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DO MERCADO SOBRE OS RISCO DE CRÉDITO

Participantes do mercado afirmam que em vez de simplesmente conclamar os bancos e investidores a aumentar os empréstimos aos grupos privados, as autoridades reguladoras deveriam cultivar os mecanismos baseados no mercado, que podem permitir aos bancos e investidores em bônus avaliar o risco de crédito e as relações de recuperação de “default” com maior exatidão. Isso inclui o desenvolvimento de auditores, agências de classificação de risco e cortes de falências.

As autoridades reguladoras não podem averiguar tudo sozinhas. Elas não têm pessoal ou a qualificação para isso. O que o mercado precisa é que as instituições ajudem na supervisão”, afirma o presidente na China de um grande banco europeu. “Se as autoridades reguladoras punissem duramente alguns contadores que permitem fraudes, isso transmitiria uma grande mensagem”.

Mas Drew Bernstein da Marcum BP, uma firma de contabilidade especializada em ajudar companhias chinesas a listarem suas ações nos Estados Unidos, diz que é irreal esperar que os auditores exponham fraudes.

Digamos que eu tenha 25 anos de experiência e tenha auditado 50 empresas do setor industrial. Você acha que eu sei muita coisa quando comparado a um cara que está no setor industrial há 25 anos, todos os dias de sua vida? Você não acha que ele sabe o suficiente para perpetrar uma fraude sofisticada o suficiente para me enganar?”, pergunta ele.

2.6. AS VENDAS A DESCOBERTO NÃO ESTÃO NO MUNDO DA CONTABILIDADE

Em vez disso, Bernstein diz que os investidores que fazem venda a descoberto são os mais capazes de detectar e expor fraudes. Mas as vendas a descoberto praticamente não existem no mercado de bônus corporativos da China.

Passei muito tempo aprendendo com as vendas a descoberto porque elas não estão no mundo da contabilidade”, afirma ele.

Uma solução parcial poderá vir com a entrada das agências estrangeiras de classificação de crédito no mercado de bônus. Os grupos estrangeiros deverão conceder notas mais altas com menos frequência que seus concorrentes locais. Mas pelo menos no médio prazo, os grupos estrangeiros ocuparão só um pequeno nicho do mercado chinês.

Os relatórios de acompanhamento das agências de classificação parece que são escritos de acordo com um modelo, para que as pessoas não tenham nenhuma maneira de verificar as informações apresentadas pelas companhias”, diz Qi Sheng, analista-chefe de renda fixa da Zhonghai Securities de Xangai.

Se Bernstein diz que é preciso ter larga experiência para enfrentar os mestres da contabilidade criativa, então pergunta-se:

Como a entrada das agências estrangeiras de classificação de crédito no mercado de bônus, totalmente inexperientes, vão solucionar os problemas existente na China?







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