Ano XXV - 19 de abril de 2024

QR Code - Mobile Link
início   |   textos
OS BANCOS BRASILEIROS NUNCA PERDEM, GRAÇAS AO COPOM


OS BANCOS BRASILEIROS NUNCA PERDEM, GRAÇAS AO COPOM

EM TEMPOS BONS OU RUINS, BANCOS BRASILEIROS LUCRAM

São Paulo,  27/08/2015 (Revisada em 13-03-2024)

Referências: COPOM - Comitê de Política Monetária, órgão do Banco Central do Brasil e do CMN - Conselho Monetário Nacional que mantém a alta Taxa de Juros ("Taxa SELIC") reinante no Brasil, que aumentam os preços pagos pelo Consumidor Brasileiro, porque aumentam o Custo Operacional das empresas, o chamado Custo Brasil, assim contribuindo para o aumento da Inflação.

Índice desta página:

Veja também:

  • Tragédia Grega Esconde Segredo dos Bancos Privados - por Maria Lucia Fattorelli - Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida do Brasil, convidada pela presidente do Parlamento Grego para colaborar com Comitê da Verdade sobre a Dívida Pública Grega.

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

OS BANCOS BRASILEIROS NUNCA PERDEM, GRAÇAS AO COPOM

Da Redação do COSIFE

Diante do artigo publicado no Brasil em 25/08/2015 pela ONG denominada Auditoria Cidadã (da Dívida Pública), que efetuou tradução livre dum artigo escrito por Dan Horch e publicado pelo jornal The New York Times em 14/08/2015, podemos concluir que o COPOM - Comitê de Política Monetária do Brasil é o único culpado pelas crises financeiras (fiscais) enfrentadas pelo nosso País desde a sua criação no Governo FHC.

De tal afirmativa o leitor poderá perceber que durante o Governo Lula foi determinada a progressiva redução da Taxa de Juros, reduzindo-se até 7,5% no final de 2010. Com a taxa de juros baixa, o índice de inflação também foi mantido baixo (menor que a média verificada durante o Governo FHC. Veja no gráfico publicado no texto Querem Transformar os Eleitores em Meros Idiotas.

Sobre a desgraça fiscal promovida pelo COPOM durante o Governo Dilma Russeff, poderíamos dizer de antemão que a elevação da taxa de juros (de 7,5% para 14,25% - Taxa SELIC) serviu apenas como índice de correção monetária para melhor remunerar os investimentos dos principais capitalistas, no sentido de proteger seus lucros, que foram reduzidos pela Crise Mundial provocada por inescrupulosos empresários dos paises desenvolvidos. Então, agindo sempre em defesa dos detentores do Grande Capital, os gestores das nossas políticas monetárias em todos os tempos, nunca quiseram saber que problemas a população menos afortunada seria obrigada a enfrentar em razão do aumento dessa taxa de juros que a partir de 2011 vem nitidamente provocando a crescente inflação brasileira.

Então, deve ser lembrado aos esquecidinhos que a correção monetária foi extinta a partir de 1996 justamente porque era considerada como alimentadora da inflação pelos abalizados gestores da nossas políticas econômica e monetária durante o Governo FHC.

Em tempo: "Devo lembrar aos esquecidinhos" era um dos jargões utilizados pelo colunista social Ibrahim Sued ("fofoqueiro") que se apresentava a partir de 1958 na TV Rio (1955-1977), desde o Governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) e no restante da década de 1960.

Evitando detalhes que nada mais acrescentam ao demonstrado, poderíamos dizer que o aumento da taxa de juros em 6,75% (14,25% menos 7,5%), que o governo Dilma está sendo obrigado a pagar por determinação do COPOM, gera um Gasto Público suplementar anual de aproximadamente R$ 175 bilhões. Nesse cálculo foi levado em conta o valor da dívida pública brasileira em julho de 2015, no valor total de R$ 2.604 bilhões ou 2,6 trilhões, conforme foi publicado no site do Tesouro Nacional.

Diante dessa obrigação de atender o que foi determinado pelo COPOM, a Presidenta foi obrigada a fazer o tal  Ajuste Fiscal, também sob pressão dos oposicionistas ao Governo brasileiro. O Ajuste Fiscal foi feito para reservar o dinheiro que será desfalcado do Tesouro Nacional para ser entregue aos inescrupulosos capitalistas, que não estão minimamente preocupados com os danos que esse Desfalque no Tesouro Nacional vai gerar para o Povo brasileiro. Tais indivíduos, também criminosos, deveriam ser tão procurados pela Polícia Federal como foram os ladrões do Banco Central em Fortaleza - CE.

Diante de todos esses fatos, pergunta-se: Em defesa dos interesses de quem os oposicionistas ao governo no Congresso Nacional estão agindo? Em defesa do Povo brasileiro ou em defesa dos grandes capitalistas?

Não tendo de onde tirar esse dinheiro que será entregue ao 1% mais rico, especialmente em razão da sonegação fiscal praticada por tal grupo, a Presidenta foi obrigada a reduzir os Gastos Públicos, na realidade Investimentos Públicos, que seriam efetuados em benefício dos menos favorecidos e no desenvolvimento nacional para criação de empregos.

Outro detalhe importante é que a sonegação fiscal é praticada no Brasil com o auxílio de importantes consultores em planejamento tributário e por lobistas que também são criminosos como todos aqueles empresários que participaram dos desfalques na Petrobras.

Criminosos também são todos aqueles que judicialmente não determinaram o confisco dos bens dos empresários fraudadores, tal como é feito com os traficantes e terroristas.

Agindo somente em favor dos detentores do Grande Capital, nas décadas perdidas de 1980 e 1990, os nossos governantes agiram da mesma forma como Dilma agiu. Embora aqueles governantes nenhum progresso tenham trazido para o Brasil, eram aplaudidos porque os oposicionistas de agora eram aliados deles. Logo também deveriam apoiar a Presidenta Dilma. Observe que aquelas décadas foram consideradas como perdidas justamente porque todos eles eram incompetentes ou mal intencionados. Nesta segunda hipótese, agiam como representantes dos nossos colonizadores econômicos. Por isso, os gestores das nossas políticas monetárias viviam com o pires na mão pedindo esmolas para os estrangeiros.

Note que todo dinheiro que volta ao Brasil como Capital Estrangeiro foi totalmente roubado do nosso território desde 1500. E esse falso Capital Estrangeiro vem sempre paraísos fiscais. Então, considerando-se que o capital estrangeiro vindo de paraísos fiscais não tem dono que se possa identificar, seria fácil para os governantes o confisco desses ditos investimentos estrangeiros que nitidamente são oriundos da lavagem de dinheiro obtido na ilegalidade (sem tributação).

Ainda sobre o mesmo tema, "Desfalque no Tesouro Nacional" (agora o da Grécia), no texto indicado no índice desta página, denominado Tragédia Grega Esconde Segredo dos Bancos Privados, o leitor poderá perceber que também nos países considerados como desenvolvidos, ou tradicionais, o Povo vem sendo tratado como escória pelos políticos que agem apenas em defesa do Grande Capital detido por verdadeiros senhores feudais (escravocratas).

Diante dos fatos que se tem notícias, é possível perceber que os problemas mundiais estão sendo provocados pelos megalomaníacos controladores das grandes empresas, mediante a formação de Cartéis internacionais. Entre essas empresas chamadas de multinacionais ou transnacionais também estão as instituições financeiras e as demais entidades jurídicas pertencentes aos agentes do mercado de capitais, que são os maiores manipuladores de cotações no imenso Cassino Global que se transformaram as Bolsas de Valores e os "Mercados de Balcão" (organizados por aquelas Bolsas).

Também é possível perceber que todas essas grandes empresas privadas, apesar de serem as principais sonegadoras de tributos, são as primeiras a receberem subsídios estatais em todo o mundo, principalmente quando seus elevados lucros são travados pela inadimplência popular e pelas falências encadeadas ("risco sistêmico").

Tudo isto nos leva a crer que todos dirigentes públicos, não somente os ditadores apoiados pelas potências mundiais, estão sendo amplamente subornados pelos detentores do Grande Capital blindado em paraísos fiscais. Justamente por tal motivo deixam de agir como deveriam. Isto é, deveriam confiscar todos os investimentos vindos de paraísos fiscais.

Sem mais delongas, vejamos, então, o que dizem os comentaristas estrangeiros, no texto traduzido, a seguir transcrito.

EM TEMPOS BONS OU RUINS, BANCOS BRASILEIROS LUCRAM

Original em inglês por Dan Horch publicado no jornal The New York Times em 14/08/2015. Tradução livre  publicada em 25/08/2015 por Auditoria Cidadã da Dívida Pública.

SÃO PAULO, Brasil – Partidos políticos que tem como símbolo uma estrela vermelha tendem a ser desfavoráveis para banqueiros, mas o partido governante do Brasil tem sido uma exceção lucrativa.

Quando o Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ... presidenta Dilma Rousseff chegou ao poder em 2003, ele prometeu, e por muitos anos cumpriu, um padrão de vida melhor para os pobres e trabalhadores do país.

OS EXCESSIVOS GANHOS DOS BANQUEIROS

Ainda assim, os ganhos tem sido muito mais impressionantes para o setor bancário do país, enquanto o setor produtivo tem estagnado e a economia geral tem sofrido os altos e baixos dos preços globais das commodities. O lucro anual combinado dos quatro maiores bancos brasileiros cresceu mais de 850% (de US$ 2,1 bilhões para US$ 20 bilhões) nos 12 anos de governo do Partido dos Trabalhadores.

NOTA DO COSIFE:

O setor produtivo ficou estagnado porque significativa parcela do empresariado industrial brasileiro optou por revender semelhantes produtos importados da China e de outros países asiáticos.

Corre à boca pequena que os produtos falsamente importados na realidade estão sendo fabricados clandestinamente no Brasil, visto que o desemprego no setor industrial não foi proporcionalmente tão grande como a retração do faturamento das empresas industriais.

Isto significa que as grandes empresas industriais e comerciais estão atuando na economia informal (no Caixa Dois), razão pela qual a reintrodução da CPMF - Contribuição sobre Movimentação Financeira seria uma forma de tributar tais sonegadores.

Agindo desse jeito, em pagamento dessas falsas importações, as empresas sonegadoras de tributos estão remetendo reservas monetárias para o exterior, que se caracterizam como fraude cambial e como evasão de divisas (artigos 21 e 22 da Lei 7.492/1986 - Lei do Colarinho Branco).

Por sua vez, no container em que viriam as mercadorias falsamente importadas, pode vir mercadorias contrabandeadas de maior valor de negociação, como por exemplo, produtos eletrônicos.

Em razão da comprovada ocorrência desse tipo fraude, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior passou a examinar determinados produtos importados existentes nos estoques das empresas importadoras. Desse ato, em vários casos, ficou comprovado que muitos produtos não eram importados e que muitas das empresas ditas como fabricantes nem existiam no país de origem dos produtos falsamente importados.

Veja como exemplo, entre muitos outros, podemos citar o constante da Portaria SECEX 47/2011, publicada no DOU 29/12/2011. Na ementa lê-se: "Decide que os lápis de grafite e lápis de cor caracterizados como lápis de madeira com diâmetro de 7 a 8 mm, classificadas na NCM 9609.10.00, exportadas pela empresa Chang Jia Technology CO. LTD, não cumprem com as condições necessárias para serem consideradas originárias de Taipé Chinês".

A CORRUPÇÃO CAPITANEADA PELO EMPRESARIADO INESCRUPULOSO

Mesmo com um escândalo de corrupção centrado na estatal gigante do petróleo Petrobras, motivando a paralisação de setores importantes da economia, os lucros dos bancos continuaram crescendo.

Os ganhos dos bancos corresponderam a mais da metade do total de lucros das companhias na Bovespa em 2013 e 2014, de acordo com a consultoria Economática.

Enquanto o mercado de ações é um fraco reflexo da economia brasileira – o agronegócio e as automobilísticas são mal representadas – os lucros dos bancos nunca foram acima de 25% do total no decorrer de toda a década passada.

NOTA DO COSIFE:

A AÇÃO NEFASTA DOS BANCOS PRIVADOS

A bem verdade pode ser explicado que os lucros dos bancos têm crescido em razão das altas taxas de juros por eles cobradas de seus menores clientes (pessoas físicas e pessoas jurídicas). A taxa de juros no Cartão de Crédito, por exemplo, pode chegar a 15% ao mês.

Mesmo com a concorrência dos bancos estatais que, por determinação governamental, foram obrigados a cobrar taxas de juros menores dos consumidores de baixa renda, os lucros dos bancos privados continuam altos porque o COPOM - Comitê de Política Monetária, no Governo Dilma, tem irresponsavelmente aumentado a Taxa SELIC. Obviamente, esse aumento da Taxa SELIC tem contribuído para o aumento da inflação. Por quê?

Porque as altas taxas de juros aumentam os custos operacionais das empresas, principalmente das endividadas. Assim, no momento da repactuação de financiamentos ou empréstimos vencidos e não quitados, sempre devem pagar taxas de juros maiores.

Parece óbvio que as altas taxas de juros comem os lucros das micros, pequenas e médias empresas e ainda os salários dos trabalhadores. Como os trabalhadores não podem deixar de comer, ficam eternamente devendo para os agiotas autorizados a funcionar pelo Banco Central.

A AÇÃO PREDADORA DOS PROFISSIONAIS DO MERCADO DE CAPITAIS

Considerando-se a enorme quantidade de notícias sobre as falcatruas praticadas contra investidores pelas empresas de capital aberto, especialmente nos Estados Unidos, e considerando-se ainda os Crimes Contra Investidores praticados no Brasil e no restante do mundo capitalista, pode ser considerada como lógica (para evitar perdas maiores) a fuga dos investidores das Bolsas de Valores em razão da propaganda pessoal (ao pé do ouvido) feita pela enorme quantidade de pequenos e médios investidores lesados.

A AÇÃO CRIMINOSA DO EMPRESARIADO INESCRUPULOSO

Ninguém mais acredita que os grandes empresários venham agindo ou passem a agir com honestidade, principalmente depois que vieram à tona fraudes por eles praticadas em Licitações Públicas. Se tais fraudes não fossem tão comuns, ninguém cobraria dos legisladores a aprovação de uma Lei sobre Licitações Públicas.

A Lei surgiu exatamente em razão da enorme quantidade de fraudes praticadas pelos inescrupulosos. Por serem em grandiosa quantidade, as pilantragens são facilmente encontradas. Basta que alguns tenham a coragem de investigar, desafiando a morte, tal como fizeram os Fiscais do Trabalho assassinados em Unaí - MG.

PARA QUE EXISTEM OS CONSELHOS ADMINISTRATIVOS DE RECURSOS?

Também não haveria a necessidade de uma Lei de Sonegação Fiscal se os empresários não fossem os maiores sonegadores de tributos. A maior parte das autuações feitas por agentes fiscais da Receita Federal vêm sendo analisados pelo CARF - Conselho Administrativos de Recursos Fiscais. Os processos analisados invariavelmente têm como recorrentes as grandes empresas e os seus controladores, apenas no sentido de postergação do pagamento do imposto devido até que a eventual cobrança judicial prescreva.

O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E A LAVAGEM DE DINHEIRO

Esses sonegadores de tributos também se mostram especialistas naquele mesmo tipo de Lavagem de Dinheiro praticado por agiotas, contrabandistas, doleiros, narcotraficantes e terroristas. E tudo isso sempre foi praticado por intermédio das instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

Muitos desses sonegadores transferem sua fortuna não tributada para empresas fantasmas constituídas como offshore em paraísos fiscais. Nessas ilhas do inconfessável, as empresas fantasmas estão sediadas numa Caixa Postal. Por intermédio dessas empresas não existentes de fato, é praticada a blindagem fiscal e patrimonial de bens, direitos e valores.

Somente a partir de 2003 essas empresas de paraísos fiscais foram obrigadas a ter representantes legais no Brasil e registro no CNPJ - Cadastro nacional de Pessoas Jurídicas para que possam movimentar contas bancárias.

Assim, a fortuna dos sonegadores de tributos fica devidamente escondida em nome de "empresas testas de ferro ou laranjas", justamente em países que não tenham relações diplomáticas com Brasil para que fique impossível o eventual o arresto desse patrimônio por decisão judicial.

Pergunta-se: Como se pode confiar numa iniciativa privada com tantos crimes abertamente praticados contra uma Nação inteira? E também contra o Mundo inteiro?

A CRIMINOSA ATUAÇÃO DAS EMPRESAS FANTASMAS DE PARAÍSOS FISCAIS

Veja informações complementares em Paraísos Fiscais Causam a Falência do Sistema Tributário Mundial e em Desvendada a Rede Capitalista que controla o Mundo.

A ATUAÇÃO DOS BANCOS ESTATAIS VERSUS BANCOS PRIVADOS

O maior banco do Brasil e o terceiro maior, Banco do Brasil (1º) e Caixa Econômica Federal (3º), não [têm] o lucro como sua única missão [ou seu único objeto social]. O governo, que controla ambos, frequentemente os obriga a se envolver em operações menos lucrativas como são [os serviços de utilidade pública que proporcionam oportunidades de inclusão social aos menos favorecidos].

Os dois bancos gigantes do setor privado, Itaú e Bradesco, têm [grandes] retornos sobre o patrimônio [referência investido][que é] uma [forma de] medida dos ganhos que a empresa consegue [maximizar com] cada real investido – de cerca de 20% [de rentabilidade sobre o capital investido]. Grandes bancos dos Estados Unidos normalmente conseguem chegar a apenas metade disso.

NOTA DO COSIFE:

Os lucros dos bancos privados só não é maior porque significativa parcela das suas operações são transferidas para paraísos fiscais, como Luxemburgo.

Sobre as irregularidades praticadas como o auxílio daquele país, veja o texto O Ativo Fiscal Intangível e a Contribuição Não Mensurável.

No caso em questão, o sonegador de tributos no Brasil paga ao Duque de Luxemburgo uma "contribuição não declarada" (oculta = uma espécie de propina) para que ele conceda um fictício Ativo Fiscal (Intangível) que será Amortizado como redução de Lucros Tributáveis. Assim sendo, será diminuída a tributação sobre lucros contabilizados naquele paraísos fiscal europeu.

Por incrível que pareça, Luxemburgo participa da União Europeia. Representante do Governo de Luxemburgo chegou a assumir a Presidência da União Europeia. A Suíça, por exemplo, é um paraíso fiscal que não participa da Zona do Euro.

A contribuição paga ao Duque de Luxemburgo seria uma espécie de baixa tributação sobre lucros presumidos que deveriam ser contabilizados no Brasil, onde a tributação seria bem maior. Mas, obviamente os lucros não foram contabilizados aqui.

O GRANDE CAPITAL DEFENDIDO PELOS GESTORES DE POLÍTICAS MONETÁRIAS

Políticas governamentais e tendências econômicas tem ajudado os bancos no Brasil.

Uma delas refere-se às taxas de juros fixadas pelo COPOM - Comitê de Política Monetária a níveis tão elevados que deixariam tomadores de empréstimos atônitos na maioria dos países.

Foi em razão dessa visível irresponsabilidade dos membros do COPOM que pelo menos uma das Agências de Classificação de Riscos Internacional atribuiu às taxas de juros brasileiras a condição de meramente especulativas.

No chamado mercado de crédito livre, que exclui empréstimos subsidiados pelo governo para habitação e infraestrutura, consumidores brasileiros pagam, em média, 58,6% de juros, e empresas pagam 27,5% para tomar dinheiro emprestado.

Acadêmicos brasileiros discutem sobre as razões para taxas tão altas, mas um histórico de alta inflação, flutuações cambiais e grandes déficits orçamentários governamentais significam que o governo em si deve pagar um preço alto para tomar dinheiro emprestado.

NOTA DO COSIFE:

Em suma, os atuais membros do COPOM tem como lógicas as medidas tomadas por seus antecessores que também foram extremamente irresponsáveis, desprezando as mazelas por eles causadas aos cidadãos no nosso País.

Essas altas taxa de juros fixadas pelo COPOM, para serem pagas pelo governo brasileiro aos grandes capitalistas, funcionam como uma espécie de desfalque nos cofres do Tesouro Nacional brasileiro.

A fixação das elevadas taxas de juros pelo COPOM também funciona como uma espécie de restituição (sub-reptícia) do imposto de renda cobrado dos mais ricos. Ou seja, uma espécie de desoneração tributária dos mais ricos, que já são os que proporcionalmente pagam menos tributos.

Esse dinheiro dado ou doado aos mais ricos é justamente o que fica faltando para dar melhores condições de sobrevivência aos mais pobres. Por isso a miséria graça.

Vendo o problema por outro ângulo, poderíamos dizer que se trata de verdadeiro crime contra a humanidade, no Brasil. Mas, aqui ninguém é preso ou condenado por tais arbítrios.

EIS POR QUE A MISÉRIA GRAÇA, MESMO COM TÃO ELEVADA CARGA TRIBUTÁRIA

A taxa básica de juros do Banco Central, que incide sobre os títulos do Tesouro Nacional, é de 14,25%.

Já que os bancos podem ganhar um bom dinheiro somente comprando títulos governamentais, para enfrentar o esforço e risco de realizar empréstimos, eles precisam de um lucro ainda maior. E eles geralmente obtém tais lucros.

A cada ano, os lucros são sempre maiores. Trata-se do princípio básico da privatização dos lucros e da socialização dos prejuízos.

O spread médio – a diferença entre o que bancos pagam para ter acesso ao capital e o que eles cobram para emprestá-lo – é 30,7 pontos percentuais no mercado livre de crédito.

Nem tudo nisso é lucro. Taxas e custos regulatórios são altos, e o governo anunciou um plano para aumentar ainda mais as taxas sobre os lucros bancários. E o calote é um risco sério.

O CALOTE PROVOCADO PELOS ALTOS JUROS COBRADOS DOS MENOS FAVORECIDOS

Quase 56 milhões de brasileiros, mais de um quarto da população brasileira, se tornaram inadimplentes e agora estão na lista negra da Serasa Experian, uma agência de relatórios de crédito.

Mas os spreads são facilmente grandes o suficiente para compensar, especialmente quando a economia está crescendo.

E quando os tempos são ruins, os bancos podem se voltar para o governo.

NOTA DO COSIFE:

Emprestando para o Governo, os bancos e os demais investidores correm bem menor risco do que o de investir nas Bolsas de Valores.

Essa história de "Risco Brasil" é mera propaganda enganosa.

O Brasil nunca deixou de pagar aos seus credores, ou melhor, nunca deixou de pagar aos seus exploradores (colonizadores). E isto vem acontecendo desde o ano de 1500.

O Brasil nunca deixou de ser colonizado ou neocolonizado, justamente porque tem muito para exportar a preço de banana. Exportou até as suas empresas estatais.

O Brasil sempre foi a galinha dos ovos de ouro dos países chamados de desenvolvidos.

O TESOURO NACIONAL NA QUALIDADE DE ACIONISTA CONTROLADOR DOS BANCOS

NOTA DO COSIFE: (explicando o subtítulo em letras azuis)

Segundo a legislação brasileira, quando uma empresa chega a falência, o seu sócio majoritário ou acionista controlador deve repor o capital perdido mediante o prejuízo sofrido.

Por tal motivo, as regras expedidas pelo Banco Central do Brasil determinam que o mesmo seja praticado quando acontecer a insolvência de instituição do sistema financeiro ou quando o Patrimônio Líquido (Patrimônio de Referência para o cálculo de limites operacionais) for menor que o necessário como garantia técnica das operações realizadas.

Considerando-se o histórico brasileiro em que é comum o Tesouro Nacional assumir os prejuízos sofridos pelos banqueiros mediante o aumento da Taxa de Juros (SELIC), podemos supor que o Tesouro Nacional deveria ser o acionista controlador de todos os atuais bancos privados, porque já é controlador dos bancos públicos federais.

O detalhe mais importante dessa situação é que, se todos os bancos e as grandes empresas como as empreiteiras de obras públicas fossem estatais, não haveria a sonegação de tributos, nem a corrupção apurada na Petrobrás, nem as fraudes em licitações públicas.

Observe que foi exatamente desse jeito que fizeram os nossos governantes do Regime Militar.

Quando os milicos perceberam que o Brasil do "Ame-o ou Deixe-o", não podia contar com participação a iniciativa privada nacional e multinacional, resolveram estatizar a economia não só para gerar desenvolvimento nacional como também para arrecadar impostos, porque os pilantras da iniciativa privada não pagavam (sonegavam), tanto os nacionais como os multinacionais, especialmente os bancos.

Em razão de tais procedimentos dos milicos, aconteceu o famoso Milagre Brasileiro sem a necessidade do inescrupuloso capital empresarial nacional ou multinacional. O Povo era o principal acionista das empresas estatais constituídas.

No decorrer do tempo, o Povo perdeu o controle acionário daquelas empresas porque foi vilmente enganado pelos profissionais do mercado de capitais que agiam como representantes dos empresários privados que assumiram o controle operacional das privatizadas.

Esse é o nosso dever de relembrar fatos passados aos esquecidinhos.

Mas, o intuito dos que propunham um novo golpe militar, nas manifestações promovidas pelos oposicionistas ao Governo Federal no inicio de 2015, não era exatamente o de entregar as empresas privatizadas para o Povo brasileiro, seu verdadeiro dono.

O TESOURO NACIONAL ASSUMINDO OS PREJUÍZOS CAUSADOS PELOS PRIVATAS

O Tesouro brasileiro não somente vende títulos que protegem [mais precisamente os grandes] investidores da inflação, como certos títulos do tesouro americano fazem, mas também oferece títulos indexados à Taxa Básica de juros ou à variação cambial.

Quando os bancos percebem que a economia está para se deteriorar, eles resgatam seus empréstimos e migram para os investimentos amparados pelo governo.

Como resultado, muitos dos recentes problemas econômicos brasileiros, como inflação de quase 9%, câmbio em desvalorização e alta nas taxas de juros, tem na verdade assegurado os lucros dos bancos.

AS ABALIZADAS OPINIÕES DOS COMENTARISTAS ECONÔMICOS

Bancos brasileiros são experts em operar em meio a instabilidades econômicas”, declarou Luiz Fernando de Paula, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCE/UERJ). “Devido aos títulos governamentais que oferecem proteção, crises cambiais e choques de taxas de juros não se transformam em crises bancárias. Ao invés disso, o governo [quis dizer: o Tesouro Nacional] arca com o preço”. Isto é, sofre um desfalque.

Em um sinal de como o governo e os bancos estão entrelaçados, o setor bancário brasileiro detém cerca de 27% da dívida pública nacional.

Isto é, o setor bancário recebe juros de 14,25% ao ano sobre um montante equivalente a 27% dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.

NOTA DO COSIFE:

Em julho de 2015 a dívida em títulos públicos era igual a R$ 2,6 trilhões

Então, multiplicando-se a dívida por 27% e depois por 14,25% de juros, chegaríamos a valor de pouco mais de R$ 100 bilhões por ano.

Diante desse valor obtido podemos perceber que o AJUSTE FISCAL feito pela Presidenta Dilma foi para tornar legal o desfalque no Tesouro Nacional.

No Governo FHC a taxa de juros chegou a 46%. Logo, naquela época teria sido pago aproximadamente R$ 300 bilhões em um ano apenas, fora as remessas para o exterior (Lavagem de Dinheiro" que resultaram na dívida assumida junto ao FMI - Fundo Monetário Internacional.

O dinheiro que teria sido desfalcado do Tesouro Nacional seria suficiente para a compra de todas as empresas estatais privatizadas e muito mais que foi vendido e ninguém ficou sabendo.

OS BANCOS ESTATAIS BEM QUE COMPETIRAM, MAS O COPOM ESTRAGOU TUDO

Falta de competição também pode estar ajudando os lucros dos bancos privados.

Desde que a crise bancária dos anos 90 ameaçou dezenas de instituições financeiras com insolvência, as autoridades tem incentivado uma séries de fusões e aquisições.

Nenhum governante deu em momento algum uma declaração sobre o assunto, mas nós temos visto um viés regulatório que propicia bancos em menor número, mas mais sólidos”, afirmou Roberto Luis Troster, ex-economista chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Por um lado, essa política foi um sucesso. A forma como muitos bancos americanos e europeus foram abalados na crise financeira de 2008 é praticamente inimaginável no Brasil.

Com spreads tão altos nos empréstimos, operações bancárias tradicionais são tão lucrativas que os bancos aqui não precisam assumir tanto risco”, disse Luis Miguel Santacreu, analista de setor financeiro na agência de classificação de crédito Austin Rating. “É muito improvável que qualquer grande banco precise de injeção de capital para sobreviver”.

Ou seja, a injeção de recursos financeiros feita pelo Tesouro Nacional nos bancos por intermédio das taxas de juros estipuladas pelo COPOM é tão grande, que seria totalmente improvável a insolvência de qualquer um dos grandes bancos brasileiros.

Mas, com esse oligopólio formado pelos dois grandes bancos privados e pelos dois estatais, os tomadores de empréstimos também tem menos opções para buscar preços melhores, salvo se os bancos estatais por determinação governamental pressionarem as taxas de juros para baixo, com a necessária colaboração dos membros do COPOM (verdadeiros inimigos do Povo brasileiro).

Quando o presidente Lula chegou ao governo em 2003, os quatro maiores bancos tinham 53% do total de ativos do sistema bancário, de acordo com o Banco Central. Hoje [agosto de 2015] eles tem mais de 70%, e muitos dos bancos menores operam somente em segmentos limitados do mercado.

Há alguma evidência de que os bancos tem poder oligopolista sobre os preços”, disse o professor Luiz Fernando de Paula.

Não somente a fatia de mercado dos maiores bancos aumentou, mas o próprio mercado de crédito aumentou muito depois que o presidente Lula e, posteriormente, a presidenta Dilma, modificaram regulações para facilitar empréstimos a consumidores e pequenas empresas.

Ambos os grupos responderam entusiasticamente. Muitos consumidores de baixa e média renda tomaram pesados empréstimos para comprar eletrodomésticos ou carros.

A dívida do setor privado aumentou para cerca de 70% da economia (antes 30%, quando o presidente Lula assumiu o governo).

Isso ainda é pouco para os padrões globais. Nos Estados Unidos, a taxa [endividamento] é próxima de 200%, e mesmo os alemães tem uma dívida do setor privado relativamente maior se comparada [com] a dívida Brasileira.

NOTA DO COSIFE:

A finalidade dessa nota do COSIFE é mais uma vez para desenterrar o que foi soterrado nas camadas mais profundas da memória dos nossos esquecidinhos comentaristas econômicos.

Como a taxa de juros (SELIC) vigente durante o Governo FHC era em média muito alta, chegou a ser de 46% ao ano, o empresariado não se arriscava a tomar empréstimos para investir na produção.

Então, diante dos constantes défices no nosso Balanço de Pagamentos provocados pela insuficiência de exportações em relação às importações, também alimentado pela Lavagem do Dinheiro do Caixa Dois das empresas, o Brasil foi automaticamente obrigado a obter empréstimos junto ao FMI - Fundo Monetário Internacional.

Sabendo como as coisas por aqui aconteciam naquela época, especialmente nas privatizações e na lavagem de dinheiro que resultou na CPI do Banestado, os dirigentes do FMI não acreditavam na capacidade técnica e científica dos gestores de nossa política econômica durante o Governo FHC. Em razão dessa humilhante desconfiança, remetiam fiscais ao Brasil para verificar o que os abalizados gestores escolhidos por FHC estavam fazendo com dinheiro recebido por empréstimo. Foi quando o secretário do tesouro norte-americano declarou que os dinheiro remetido por empréstimo ao Brasil no dia seguinte estava totalmente depositado em paraísos fiscais.

Por tais motivos, quando a dívida foi quitada durante o Governo Lula, aquele torneiro mecânico sindicalista passou a ser o brasileiro mais venerado em todo o mundo. O Pelé quase foi destronado.

A dívida foi paga porque a nossa Política Econômica foi totalmente mudada. As taxas de juros baixaram para a metade das anteriormente praticadas, os empresários resolveram investir na produção para exportação, razão pela qual o Brasil, pela primeira vez em toda sua história econômica, passou a armazenar grandes montantes em Reservas Monetárias. Assim, o Brasil passou a ser o 5º país maior possuidor de Reservas Monetárias.

Com essas Divisas armazenas foram pagos os empréstimos assumidos até o final do Governo FHC e ainda sobrou muito dinheiro, pelo menos até 2015, apesar dos constantes défices em Conta Corrente de 2008 a 2015.

A CARGA PESADA IMPOSTA AO POVO BRASILEIRO PELOS MEMBROS DO COPOM

Mas as altas taxas de juros [praticadas pelos membros do COPOM] fazem mesmo uma dívida modesta ser um pesado fardo [para toda a Nação brasileira]. A família brasileira média gasta 22% da sua renda mensal em pagamentos de dívida, de acordo com o Banco Central. A Confederação Nacional do Comércio estima um número ainda maior, 31%.

A família americana média gasta abaixo de 10% da sua renda em pagamentos de dívida.

Com os tomadores apertados, os dias de rápido crescimento para os bancos podem ter chegado ao fim. O crescimento através de aquisições também está chegando ao seu limite.

Com o Bradesco fechando um acordo [na semana anterior a 13/08/2015] para adquirir as operações brasileiras do HSBC por 5,2 bilhões de dólares, o controle do total de ativos do sistema dos quatro maiores bancos estará próximo do máximo de 75% que o Banco Central estabeleceu em 2012. Como resultado, as autoridades podem barrar novas aquisições.

E se a recessão no Brasil se prolongar muito, o número de inadimplentes das classes sociais inferiores crescerá. Mas mesmo se os ganhos dos bancos não crescerem tão rapidamente como no passado, eles provavelmente permanecerão altos, mesmo enquanto a economia de modo geral estiver cambaleante, com insucesso somente no setor industrial, porém, com máximo sucesso nos setores produtivos bem administrados, tal como vem ocorrendo a partir de 2003.

Os bancos estão reduzindo seu volume de empréstimos, mas as taxas de juros estão mais altas do que antes, os spreads também estão crescendo, e eles estão ganhando dinheiro com títulos do governo”, disse Luis Miguel Santacreu.

De todas as formas, eles terão um bom lucro, obviamente com a máxima ajuda dos membros do COPOM.





Megale Mídia Interativa Ltda. CNPJ 02.184.104/0001-29.
©1999-2024 Cosif-e Digital. Todos os direitos reservados.