Ano XXV - 26 de abril de 2024

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BANCOS NÃO PERCEBERAM FRAUDE DA PARMALAT POR MAIS DE UMA DÉCADA


FRAUDES FINANCEIRAS E OPERACIONAIS DAS MULTINACIONAIS

CRIMES CONTRA INVESTIDORES - MANIPULAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

São Paulo, 17/05/2010 (Revisado em 20-02-2024)

Referências: Casos Parmalat e Enron, Planejamento Tributário, Sonegação Fiscal, Evasão Cambial ou de Divisas, Lavagem de Dinheiro, Fraudes nas Bolsas de Valores, Paraísos Fiscais - As Ilhas do Inconfessável. Contabilidade Criativa = Fraudulenta. Desfalques dos Executivos e Acionistas Controladores da Companhias Abertas, Supervalorização de Bens na Integralização de Capital no Exterior, Superfaturamento das Importações e Subfaturamento das Exportações, Os Problemas Enfrentados pelos Auditores Independente e pela Auditoria Interna.

BANCOS NÃO PERCEBERAM FRAUDE DA PARMALAT POR MAIS DE UMA DÉCADA

Publicado por CITADINI.COM.BR - Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Fonte: Bloomberg News. Texto do Jornal Gazeta Mercantil, Legislação, 22/07/2004, pág. A-8. Extraído pelo Cosife em 16/05/2010. Com comentários e anotações ou negrito por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.

Milão (Itália), 22 de Julho de 2004 - Os maiores bancos que trabalhavam com a Parmalat Finanziaria SpA, como o Citigroup Inc. e o UBS AG, permitiram que a fabricante de alimentos italiana concordatária ocultasse a verdadeira situação de suas finanças por mais de uma década, de acordo com um relatório solicitado pelos promotores públicos de Milão, que investigam o colapso da empresa. A Bloomberg News obteve uma cópia do relatório de 445 páginas que registra cerca de € 14 bilhões (US$ 17 bilhões) em vendas de bônus, colocações privadas e empréstimos feitos à empresa de laticínios fundada pela família Tanzi em Parma, na Itália. A Parmalat entrou em colapso em dezembro de 2003, após revelar que uma conta com € 3,95 bilhões no Bank of America Corp. dos EUA não existia.

"A tolerância ou mesmo a cumplicidade de várias instituições financeiras que colaboraram com a Parmalat permitiram a sobrevivência artificial no mercado de ações de uma empresa que vinha apresentando problemas há muito tempo e que, mesmo assim, era vista por pequenos investidores como uma empresa sólida e confiável", escreveu a consultora financeira de Milão Stefania Chiaruttini no relatório apresentado terça-feira [antecedente a 22/07/2004] à Justiça da cidade. Stefania, que foi contratada pela promotoria de Milão, baseou sua análise no testemunho de mais de 50 pessoas, incluindo o fundador da Parmalat, Calisto Tanzi, e três ex-diretores financeiros da empresa, segundo o relatório. Ela também teve acesso a documentos e e-mails confiscados pela polícia nas subsidiárias italianas do Bank of America, do Citigroup e do UBS.

Stefania disse que os bancos, as autoridades reguladoras e os analistas não foram capazes de detectar mais de uma década de fraudes da fabricante do leite longa vida, do iogurte Kyr e dos biscoitos Archway. Três promotores de Milão pediram o indiciamento de Tanzi e de 28 outras pessoas, incluindo ex-funcionários do Bank of America na Itália e ex-auditores das filiais italianas da Grant Thornton International e da Deloitte Touche Tohmatsu.

"Os problemas da Parmalat não foram causados por padrões contábeis italianos excessivamente permissivos", disse Stefania em uma entrevista por telefone. "Os bancos estavam mais interessados na forma do que no conteúdo". Francesco Greco, que está chefiando a investigação da Parmalat em Milão, recusou-se a fazer comentários. O caso Parmalat é a maior história de insolvência já registrada na Itália. "Devido ao tamanho da bagunça financeira, teria sido difícil imaginar que a empresa pudesse acobertar tudo sozinha", disse Benedetti, que auxilia na administração de US$ 319 milhões na Fumagalli Soldan Sim SpA de Milão. Ao analisar a dimensão da dívida, dos investimentos e dos ativos disponíveis que a Parmalat declarou em seus demonstrativos [contábeis], deveria ter ficado claro para os bancos que trabalhavam com a empresa que a condição financeira da empresa era "preocupante", consta no relatório.







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