Ano XXVI - 9 de novembro de 2024

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AS ALIANÇAS POLÍTICAS E A GOVERNABILIDADE



AS ALIANÇAS POLÍTICAS E A GOVERNABILIDADE

OS ANARQUISTAS MERCENÁRIOS DA MÍDIA

São Paulo, 21 de setembro de 2005 (Revisado em 27/02/2011)

Alianças Políticas e Partidárias, Governabilidade, Corrupção, Lobby, Lobista, Midia, Meios de Comunicação, Jornalistas e seus patrões, empresários, corruptora elite política e empresarial.

AS MINORIAS NAS CASAS LEGISLATIVAS

Parece claro que o governante brasileiro com participação minoritária no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas Estaduais ou nas Câmaras Municipais é obrigado a fazer alianças político-partidárias para garantir sua governabilidade.

Assim sendo, o governante federal, estadual ou municipal será fatalmente obrigado a oferecer benefícios materiais, orçamentários ou fiscais aos empresários corruptores, que geralmente são os financiadores das campanhas eleitorais daqueles que são opositores aos chamados partidos de esquerda. Acho que não é preciso dizer o que todos já sabem: os empresários nunca financiaram os tais partidos de esquerda. Assim sendo, nestes partidos, presumia-se, seria menor ou inexistente a presença de corruptos.

INCENTIVOS FISCAIS SÓ PARA OS RICOS

Note que os principais detentores de incentivos fiscais no Norte e Nordeste são políticos ou são pessoas endinheiradas que têm elevada influência sobre os políticos da região. Nos demais estados da federação e em praticamente todos os municípios acontece o mesmo.

Nas cercanias das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo, vários municípios se tornaram paraísos fiscais. Reduziram substancialmente a carga tributária do ISS para certos segmentos empresariais e assim os políticos locais conseguiram mais verbas para suas campanhas políticas, de forma a se eternizarem no poder. Mediante a votação de outras leis de concessão de incentivos fiscais, os vereadores ainda ofereceram somente aos ricos empresários terrenos em zonas comerciais e industriais, enquanto de outro lado, aumentaram o IPTU cobrado dos munícipes e votam a cobrança de altas contribuições de melhoria sobre obras superfaturadas pelos empresários corruptores.

CORRUPÇÃO EM TODAS AS ESFERAS DO PODER POLÍTICO

Assim sendo, qualquer outro governante, mesmo sendo das fileiras dos partidos de esquerda, para garantir sua governabilidade também precisa oferecer benefícios fiscais e orçamentários aos políticos corruptos dos partidos que lhe fazem oposição. É assim que o governo consegue os aliados de ocasião, que lhe permite ter maioria no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas Estaduais e nas Câmaras Municipais. E isto não é uma exclusividade brasileira. Isto acontece em todos os países. Talvez aqui mais do que nos outros, não se sabe exatamente. A ONU tentou medir o grau de corrupção em diversos países, mas pode ter cometido injustiças com alguns aparentemente não tão corruptos.

Esse esquema de corrupção generalizada ocorre porque os políticos interessados nesse sistema votaram Cartas Constitucionais que obrigam o presidente da república, os governadores e prefeitos a ficarem a mercê dos políticos de oposição quando não têm maioria nas casas legislativas.

Sendo dessa forma, para conseguir a maioria nas câmaras do poder legislativo é preciso fazer alianças com outros partidos. É justamente no seio dos partidos aliados de ocasião que podem estar os corruptos, que só aceitam participar da aliança mediante o pagamento de suas campanhas políticas e mediante o pagamento de “mensalões”. Ou seja, mediante o pagamento de honorários profissionais, que os LOBISTAS a serviço dos poderosos sempre se encarregam de intermediar o pagamento.

O QUE ACONTECE NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA?

Para evitar que o presidente da república fique minoritário no Congresso Nacional, nos Estados Unidos da América ele é eleito de forma indireta. São os representantes estaduais eleitos pelo povo que elegem o presidente.

Se tal sistema fosse adotado no Brasil, os presidentes da república seriam sempre eleitos pelos Estados detentores de incentivos fiscais que ocupam dois terços das cadeiras no Congresso Nacional. Dessa forma, mesmo sendo nordestino, Lula jamais seria eleito.

Ainda se tal sistema norte-americano fosse adotado no Brasil, jamais teríamos um verdadeiro representante popular, assim como não tem o povo ianque. Por isso, lá a maioria não vota. O voto não é obrigatório. Só votam aqueles direta ou indiretamente ligados ao poder político e econômico.

O ELEITOR CORRUPTO

Aqui no Brasil, como o voto é obrigatório, muitos dos eleitores são comprados com presentes ou promessas vazias. Ou seja, parte dos próprios eleitores é um corrupto em potencial e acaba votando no corruptor que fatalmente será um corrupto também depois de eleito.

Em 2011, no Brasil a "guerrilheira" foi eleita porque o "torneiro mecânico" era oriundo daquela população empobrecida pelos detentores do poder econômico e dos incentivos fiscais. Assim, o operário sindicalista convenceu aquelas populações corrompidas a deixarem de votar em seus corruptores. Mas, para isso também foi obrigado a corromper por intermédio do Bolsa Família. A diferença básica em relação à corrupção anterior é que a atual propina é paga todos os meses e a concedida pelos detentores do poderio econômico era de menor valor e paga apenas nas vésperas das eleições.

O REI REINA, MAS NÃO GOVERNA

Para evitar que o governo seja minoritário, muitos países preferiram o parlamentarismo, onde toda a equipe que realmente governa pode ser deposta ou destituída, mas o presidente não. Nas monarquias acontece o mesmo. O Rei reina, mas não governa.

No Brasil, indiretamente, isto também acontece. O Congresso Nacional é quem realmente governa. O presidente apenas representa a Nação, por isso viaja tanto. Mas, considerando que o nosso Congresso tinha a maioria dos seus participantes como representantes da elite empresarial, obviamente estes não queriam deixar que um simples operário metalúrgico governasse de forma satisfatória e assim consiguisse incutir definitivamente no povo brasileiro uma nova forma lógica e racional de escolher seus representantes nos poderes executivo e legislativo. Aliás, os representantes no poder juridiciário também deveriam ser eleitos diretamente pelo povo.

OS VERDADEIROS CORRUPTOS

Diante dessas explicações podemos dizer que os verdadeiros corruptos são aqueles que querem desestabilizar o governo e impedir a governabilidade. Os verdadeiros corruptos são aqueles que votam em troca de benesses.

O PAPEL DOS LOBISTAS

Obviamente o "mensalão" distributrído por alguns partidários do presidente da república foi mero lobby. Fizeram exatamente o que fazem os LOBISTAS a serviço de seus endinheirados patrões. Estes oferecem dinheiro e outras vantagens aos políticos corruptos para que votem leis para favorecimento dos seus mesquinhos interesses pessoais. Nitidamente os partidários do PT ofereceram dinheiro aos corruptos apenas para que permitissem a governabilidade do País. Pelo menos, desta feita, a causa foi, digamos, nobre, se de fato o presidente pretendia governar em benefício do povo e não em favor de grupos de mesquinhos empresários, banqueiros e outros capitalistas, tal como fizeram alguns dos governantes anteriores.

No Brasil, praticar o lobby parece não ser crime. Os lobistas vivem se apresentando orgulhosamente como tal. Têm até seus nomes e serviços veiculados na internet.

Entre no site do GOOGLE e escreva no instrumento de pesquisa LOBISTA e aparecerão milhares de casos estranhos em que os lobistas são as figuras principais. Se os lobistas fossem considerados criminosos, seríamos obrigados a duplicar o número de presídios. As grandes empresas nacionais e multinacionais estão abarrotadas deles, assim como as detentoras de incentivos fiscais nas esferas federal, estadual e municipal.

A ORIGEM DO DINHEIRO UTILIZADO NA CORRUPÇÃO

A origem do dinheiro utilizado na corrupção vem sempre das grandes empresas, para que os corruptos consigam para elas os benefícios fiscais, que não são oferecidos ao povo. Pelo contrário, são tirados do povo, como aconteceu com as privatizações, onde o povo, que era o verdadeiro dono das empresas, não podia participar dos leilões de privatização. Somente grupos previamente escolhidos podiam participar.

Baseados nesses fatos, poderíamos perguntar:

  • Será que houve lobby para que fosse assim?
  • Será que houve lobby para que fosse votada a possibilidade de reeleição do presidente da república?
  • Será que há lobby dos banqueiros e dos demais endinheirados para que os juros pagos pelo governo sejam tão altos?
  • Será que houve lobby dos endinheirados para que nossa moeda ficasse supervalorizada e assim subsidiasse a importação de supérfluos pelos mais ricos?
  • Será que houve lobby dos narcotraficantes e dos demais lavadores de dinheiro para que a nossa moeda fosse supervalorizada e assim permitisse mandar mais dólares para o exterior?
  • Será que houve lobby na criação do Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes, que facilitou a lavagem de dinheiro e a internacionalização do capital nacional?
  • Será que houve lobby para que os juros e demais encargos financeiros pagos pelos empresários ao BNDES seja inferior ao pago pelos mutuários do SFH - Sistema Financeiro da Habitação?

As perguntas e as dúvidas são tantas que precisaríamos de muitas páginas para transcrever todas as questões.

A origem do dinheiro gasto na corrupção deve ser apurada. É pena que o corruptor (lobista) por tradição não seja considerado criminoso, embora o crime de corrupção ativa e passiva esteja previsto em lei.

De uma coisa todos já sabem: o dinheiro utilizado pelos lobistas vem dos crimes praticados pelas empresas, entre os quais se destacam a sonegação fiscal, a lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, o subfaturamento das exportações, o superfaturamento das importações e as vendas sem emissão de notas fiscais, sem falarmos dos crimes mais hediondos como o do narcotráfico.

O interessante é que a campanha contra os governantes de esquerda tem se espalhado pelo território sul-americano. Já passou pela Venezuela, chegou ao Equador com sucesso absoluto, visto que o presidente teve que se asilar no Brasil, passou pelo Paraguai, Perú, Bolíva, Brasil, logo chegou à Argentina, ao Chile e Uruguai, todos governados por militantes de partidos de esquerda.

OS ANARQUISTAS MERCENÁRIOS DA MÍDIA

Outra coisa interessante em tudo isso foi o que disse um inconsequente comentarista do Jornal Nacional da TV Globo. Atrás das câmeras do programa líder de audiência no horário, mencionou de forma cinicamente tendenciosa que a corrupção descoberta no governo Lula (Mensalão) foi um fato SEM PRECEDENTES no Brasil.

De fato foi sem precendente. Foi a primeira vez que os corruptos de sempre confessaram ter recebido dinheiro na ilegalidade. Declaram-se corruptos para que a comoção nacional provocasse a instabilidade política e institucional. Foi verdadeira tenttiva de Golpe de Estado, utilizando-se da comoção nacional, para impossibilitar a governabilidade do Brasil por um mero operário.

Naturalmente o dito comentarista acha ou achava que todo telespectador da TV Globo é um alienado (desvairado, demente), que não tem a mínima condição de discernir entre o certo e o errado, nem entre o verdadeiro e o falso.

Na própria TV Globo, no programa “Zorra Total”, era apresentada a cena do carimbador corrupto. Mas, é claro que, sendo o comentarista pessoa de alta estirpe, não assiste a TV Globo em que trabalha. Por isso não sabe da existência dos corruptos em épocas passadas, inclusive mostrados em novelas. De outro lado, o alienado (vendido) comentarista parece que nunca ouviu falar de Chico Buarque de Holanda, que em sua música “Vai Passar”, ainda nos tempos dos governos militares, escreveu que a nossa pátria mãe dormia “tão distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações” efetuadas pelos corruptos a serviço das grandes empresas. E também nunca escutou a música “Meu País” de Zezé di Camargo e Luciano.

Pois é, o comentarista da TV Globo fingiu que não sabia de tudo isso porque estava agindo em causa própria. Tal como qualquer outro corrupto, estava defendendo o farto e rico dinheirinho que recebeu para falar tamanha besteira.

Esta é a grande evidência de que a corrupção existe em todos os setores e principalmente nos meios de comunicação, vulgarmente conhecidos como MÍDIA, onde seus profissionais escrevem ou falam somente aquilo que são regiamente pagos para escrever ou falar.

Melhor explicando, podemos dizer que os mercenários da mídia só estão autorizados a dizer aquilo que for autorizado pelos seus patrocinadores (os anunciantes das empresas de comunicação falada, escrita e televisada).

Veja também o texto intitulado Os Anarquistas. Veja ainda outros textos sobre a GOVERNABILIDADE.







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