Ano XXV - 26 de abril de 2024

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A CRISE ECONÔMICA E OS DESVIOS DE CONDUTA


A CRISE ECONÔMICA E OS DESVIOS DE CONDUTA

RESULTADO DE POLÍTICAS ECONÔMICAS GERADORAS DE DESEMPREGO

São Paulo, 24 de janeiro de 2003 (Revisado em 13-03-2024)

Miséria e Criminalidade, Economia Informal dos menos Favorecido, Inadimplência do Desempregado. Problemas enfrentados por empreendedores, micros, pequenos e médios empresários que comprometem a liquidez do sistema financeiro.

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

O grande problema do Brasil é que nós pagamos preços de primeiro mundo e ganhamos salários de quinto mundo. Tudo privilegia os mais ricos e nada é concedido aos mais pobres, nem o emprego, mesmo que seja por salário vil.

Nas décadas de 1960 e 1970, o indivíduo que não tinha a carteira de trabalho assinada era considerado vadio e podia ser preso por vadiagem. Depois da Política Econômica adotada no governo FHC, haja cadeia para prender mais de um terço da população brasileira. E assim a norma sobre a VADIAGEM, que vinha sendo esquecida na década de 1980, caiu totalmente em desuso.

Com essa situação, para sobreviver, aos mais pobres só resta inicialmente a economia informal, o que voltou a acontecer a partir do Governo de Michel Temer. Não conseguindo sobreviver na economia informal, no desespero só resta tentar subtrair dos mais ricos aquilo que seja possível encontrar sem a devida guarda ou vigilância.

No interior, principalmente no Nordeste, a criminalidade começa pela retirada fortuita de um pé de mandioca ou de qualquer outra coisa que possa servir de alimento. Muitas vezes, até a água é necessário roubar do açude do fazendeiro (político), que a usa para matar a sede do seu gado ou para irrigar sua plantação ou os jardins de sua mansão de recreação. Ele não necessita do açude para abastecer sua residência, sua empresa e sua piscina, porque possui poço artesiano construído com verba fornecida pelo governo federal para a realização de obras contra a seca.

Nas grandes cidades, evidentemente em razão de semelhantes problemas, os famosos trombadinhas atuam pelas ruas subtraindo dinheiro e pertences dos transeuntes. Nas favelas, os desempregados logo são seduzidos pelos narcotraficantes com o pagamento de salários que jamais conseguirão ganhar trabalhando na indústria, no comércio ou em serviços autônomos ou com vínculo empregatício.

O pior dessa estranha situação é que são justamente os mais ricos que alimentam os narcotraficantes e que indiretamente financiam a criminalidade, porque são os maiores consumidores de tóxicos. Os mais pobres também roubam com a finalidade de conseguir recursos para comprar tóxicos.

Daí, para que sejam praticados crimes maiores, muitas vezes vitimados pela ambição comum a quase todos os indivíduos, é uma questão de tempo.

Essa é a forma encontrada pelos mais pobres para sobreviver ao famoso capitalismo selvagem (excludente), que se tornou muito mais selvagem depois da globalização promovida pelos neoliberais (nova denominação dada à extrema direita, reacionária à extinção do regime escravocrata e favorável à segregação racional e social - “apartheid”).

Para o aumento da criminalidade também contribui a impunidade, a corrupção e o abandono a que foram relegadas as regiões periféricas das grandes cidades, onde matar e ficar impune são coisas corriqueiras. Geralmente a justiça é feita pelos amigos e parentes dos assassinados, que se utilizam dos mesmos métodos e critérios: olho por olho, dente por dente.

Embora seja quase evidente que a criminalidade reinante esteja diretamente ligada aos problemas econômicos e sociais das classes mais pobres, tem muita gente querendo ligar o fato à crueldade e à loucura. Este foi o um dos temas do programa Fala Que Eu Te Escuto, da Igreja Universal, na Rede Record de Televisão, em janeiro de 2003.

Diante da exposta realidade, talvez seja mais fácil acreditarmos na tese de que a criminalidade e a loucura sejam motivadas pelos problemas econômicos e sociais impostos por políticos que militam numa área cinzenta que relega a população mais pobre à chamada de periferia das grandes cidades (subúrbio ou favela).

Conclusão: os problemas sociais brasileiros (e mundiais) não serão resolvidos sem pleno emprego e salários dignos. Mesmo nos países desenvolvidos, os defensores das elites oligárquicas não dão à população carente educação, cultura, saúde, esporte e lazer. Para que se obtenha op mínimo necessário, devemos contar com a complacência das elites, que devem urgentemente abandonar os seus arraigados preconceitos contra as classes mais pobres da população. Caso contrário, a cada dia ficará mais evidente a latente guerra civil em pobres e ricos.







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