Ano XXV - 17 de abril de 2024

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RISCO BRASIL VERSUS RISCO USA, RISCO UNIÃO EUROPEIA E RISCO JAPÃO

A DERROCADA FINANCEIRA NORTE-AMERICANA

PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS E SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS

São Paulo, 20/09/2008 (Revisado em 20-02-2024)

RISCO BRASIL VERSUS RISCO USA, RISCO UNIÃO EUROPEIA E RISCO JAPÃO

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

No texto intitulado Risco Brasil versus Risco USA, escrito nos primeiros meses de 2005, quando já se previa o que aconteceu em 2008, são comentadas reportagens publicadas no final de 2004 e no início de 2005 pelas revistas Veja e Carta Capital.

As reportagens publicadas vieram confirmar o que foi escrito em textos anteriores neste site do Cosife. Nessas reportagens o leitor pode perceber que muitos países, especialmente os asiáticos, têm elevadas reservas monetárias em dólares norte-americanos bem superiores as do Brasil, inclusive a Rússia.

Assim sendo, se o país denominado Estados Unidos falir (for à bancarrota - falência do Estado com suspensão de pagamento da dívida por parte do falido, motivada por falência fraudulenta, ruína ou decadência) todos os demais países com reservas monetárias em dólares as perderão, tal como aconteceu depois da primeira guerra mundial (de 1914 a 1918) quando a Alemanha também faliu.

Desse modo podemos perceber de antemão que o RISCO USA e o RISCO ALEMANHA são bem maiores que o RISCO BRASIL.

Essa perda das Reservas Monetárias pelos países credores acontecerá o governo dos Estados Unidos deixar de pagar a sua dívida. A Alemanha, por sua vez, nunca pagou aos seus credores e nem pretende pagar. Não tem dinheiro para realização de tal façanha.

Somente os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento pagam suas dívidas religiosamente porque são os únicos que têm reservas minerais, muitas ainda virgens, para serem "exploradas" pelos países desenvolvidos, na plena acepção da palavra "explorar", tanto em relação às minas quanto aos países que as têm (mediante o neocolonialismo = colonialismo econômico efetuado por intermédio de empresas multinacionais - formação de cartéis).

Em 1929, quando ocorreu o “Crash” (quebra) do mercado de ações nas Bolsas de Valores norte-americanas, muitos investidores perderam todas as suas economias acumuladas durante anos de grande sacrifício, levando alguns a cometer o suicídio. É claro que somente os incautos perderam. Do outro lado das operações (as contrapartes) alguém ganhou ou alguns ganharam.

Pelos motivos expostos, estão dizendo que o Brasil pode ser afetado pela ruína (derrocada) norte-americana, embora o Presidente Lula tenha dito que isto não acontecerá conosco, nem com os demais países do Terceiro Mundo porque todos eles têm o que exportar. Por isso Dilma juntou aos demais formadores do grupo BRICS, que são os países realmente ricos.

Os países europeus, por exemplo, estão quebrados desde os tempos em que financiaram seus aventureiros a procurarem riquezas no além-mar.

Esse desmoronamento financeiro norte-americano, que era iminente e se tornou fatal (inevitável), agora esclarece as razões ou preocupações que tiveram de alguns artistas e empresários e algumas modelos internacionais brasileiras. Eles trocaram a moeda de pagamento em seus contratos. Estes e estas estão formulando seus contratos em Euros (moeda oficial da União Europeia), o que também se tornou arriscado. Melhor seria uma moeda dos BRICS.

Veja em O Mundo Precisa de Uma Moeda Como a dos BRICS, países com elevadas reservas minerais e monetárias. Em síntese, são países que têm o algo para exportar, se for preciso saldar suas eventuais dívidas externas geradas pelo neocolonialismo. Nesse rol estão também todos os países africanos e os demais situados no Hemisfério Sul. Por esse motivo sustentaram a Europa desde 1500 e os demais países desenvolvidos como Estados Unidos e Japão no século passado.

Em razão dessas afirmações, é necessário explicar que os países europeus, tal como os "states" e o Japão, também não têm lastro em reservas monetárias ou reservas minerais para pagamento de suas eventuais divisas assumidas. Isto significa que somente os paises do Terceiro Mundo (o mundo colonizado) têm essas reservas que daria lastro ao dinheiro emitido. Por isso esses país do hemisfério Sul vêm sustentando a Europa desde os descobrimentos marítimos iniciados em 1492 e ainda não ficaram pobres, nem realmente falidos. Apenas são explorados, com a permissão de seus governantes VIRA-LATAS.

Veja o texto Os Países e suas Reservas (Minerais) Estratégicas.

A única forma de pagamento das dívidas assumidas pelos países desenvolvidos será mediante o fornecimento (venda) de seus recursos tecnológicos.

Na verdade a maior parte desses recursos tecnológicos nem precisa ser comprada porque quase todos os países em desenvolvimento estão aptos a consegui-los, desenvolvendo os seus próprios projetos.

Como exemplo, podemos citar o Irã, que desenvolve projetos de uso pacífico de energia nuclear assim como também está fazendo o Brasil. Por sua vez, os norte-americanos estão muito preocupados com a perda dessa sua hegemonia tecnológica, por isso querem proibir ou impedir que outros países a obtenham.

Outro exemplo é o fato do Brasil ser o líder mundial na tecnologia de prospecção de petróleo em águas profundas, que já está sendo utilizada no Golfo do México e no Mar do Norte por empresas petrolíferas "multinacionais" americanas e inglesas.

Além desses fatos, o Brasil ainda tem a tecnologia e a matéria-prima mais barata para produção e utilização de biocombustíveis. O Brasil e os países subdesenvolvidos africanos situados abaixo do Deserto de Saara, além de ricos em minérios, ainda têm a possibilidade de aumentar enormemente a produção de alimentos, que os países desenvolvidos do hemisfério norte não têm por razões climáticas, por terem exaurido suas pequenas reservas minerais e pela falta de espaço físico para produção de alimentos.

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