Ano XXV - 19 de março de 2024

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS POR COEFICIENTES


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ANÁLISE DE BALANÇOS - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS POR COEFICIENTES (Revisada em 10-03-2024)

  1. INTRODUÇÃO
    1. Balanços Fraudulentos
    2. Relatório da Administração
    3. Parecer do Auditores
  2. DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS DISPONÍVEIS
  3. CONCEITO DE EMPRESA CONTROLADORA, CONTROLADA E COLIGADAS
  4. ANÁLISE HORIZONTAL DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
  5. ANÁLISE VERTICAL DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
  6. Análise Financeira - ÍNDICES DE LIQUIDEZ
    1. Índice de Liquidez Imediata ou Instantânea
    2. Índice de Liquidez Corrente ou Comum
    3. Índice de Liquidez Seca ou Teste Ácido
    4. Índice de Liquidez Geral ou Total
  7. CONCLUSÃO SOBRE O CÁLCULO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ
  8. Análise Contábil - ESTRUTURAS DE CAPITAL
    1. Estrutura de Capital nas Demonstrações Contábeis
    2. Análise da Estrutura de Capitais - Análise por Quocientes
    3. Análise de Evolução do Capital nas Empresas
    4. Análise da Estrutura do Capital em Conglomerados Empresariais - Participações Cruzadas ou Recíprocas
  9. Análise Econômica
    1. Lucratividade Operacional
    2. Rentabilidade do Capital Investido

Veja também:

  1. OUTROS ÍNDICES DIVULGADOS PELA FIESP/SERASA
    • ESTRUTURA DO CAPITAL - ENDIVIDAMENTO - ALAVANCAGEM FINANCEIRA
    • CAPACIDADE DE PAGAMENTO DE DÍVIDAS - ANÁLISE FINANCEIRA - FLUXO DE CAIXA
    • ATIVIDADE OPERACIONAL - RECEBIMENTOS E PAGAMENTOS ( PRAZOS MÉDIOS)
    • RENTABILIDADE DO CAPITAL INVESTIDO
    • GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO - FLUXO DE CAIXA
  2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS
  3. APURAÇÃO DA SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL, DO CAPITAL DE GIRO E DE LIMITES

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

1. INTRODUÇÃO

  1. Balanços Fraudulentos
  2. Relatório da Administração
  3. Parecer do Auditores

Preliminarmente devem ser observados alguns procedimentos básicos porque nem sempre os demonstrativos contábeis espelham a realidade econômico-financeira das entidades. Como já mencionamos há a possibilidade da existência de balanços fraudulentos e relatórios de Administradores que escondam a real situação patrimonial da entidade jurídica analisada. Em muitos casos, até os relatórios e pareceres dos auditores independentes procuram esconder certa situação desfavorável.

Certa vez, um auditor independente de uma das antigas BIG EIGHT confidenciou que não iria colocar uma ressalva (situação negativa) contra seu cliente (uma instituição financeira). Nessa oportunidade foi dito a ele que os clientes (a verdadeira freguesia) dos auditores independentes não são as pessoas físicas ou jurídicas que pagam pelos seus serviços e sim aquelas que vão tentar entender e tirar conclusões sobre as peças contábeis por eles auditadas.

Por isso, algumas observações preliminares se tornam necessárias, como por exemplo ver se o Ativo Permanente abriga bens subavaliados (contabilizados por valores inferiores ao de mercado). Neste grupo situam-se os bens geralmente adquiridos pelo valor residual em operações de arrendamento mercantil. Essa não deixa de ser uma situação positiva, se vista pelo lado conservador do antigo Princípio da Prudência (Menor Valor para Ativos e Maior Valor para Passivos).

Ainda no Ativo Permanente há a possibilidade de super avaliação, quando houver a reavaliação de bens com o intuito de compensar prejuízos acumulados. Essa seria uma situação negativa, considerando-se a necessidade de se fazer uma provisão para que o valor contábil se iguale ao valor de mercado.

No SFN - Sistema Financeiro Nacional, logo após a promulgação da Constituição Federal de 1988, diante da mudança de regras para se obter a autorização do Banco Central do Brasil para constituir uma instituição financeira, várias entidades de pequeno porte do sistema distribuidor efetuaram a reavaliação de imóvel recebido de seus sócios como integralização de capital ou mesmo de imóveis já registrados no seu Ativo Permanente, que se encontravam contabilizados por inferior ao de mercado. A intenção era a de transformar, por exemplo, uma distribuidora de valores em banco comercial ou financeira, tendo em vista que alguns sócios dessas pequenas entidades já operavam informalmente como agiotas. Assim, na ânsia de conseguir a autorização do Banco Central, muitos superestimaram o valor do imóvel contabilizado.

Outras precauções devem ser tomadas antes das análises das Demonstrações Contábeis:

No Ativo:

  1. solicitar a relação ou inventário dos bens de uso próprio do Ativo Permanente com seu valor histórico corrigido ou valor contábil e o eventual preço de mercado no estado de cada item (móveis, utensílios, equipamentos de escritório, máquinas industriais, veículos e embarcações, imóveis, terrenos, entre outras), verificando a real existência dos bens de valor mais significativo; móveis, utensílios, equipamentos de escritório e máquinas antigas podem não ter valor comercial por serem obsoletas.
  2. solicitar a relação ou inventário dos bens não de uso próprio do Realizável a Longo Prazo com o mesmo objetivo do item anterior.
  3. idêntico procedimento quanto aos direitos e títulos e valores mobiliários do Ativo Circulante.
  4. verificar se há excesso de imobilizações que vai gerar capital de giro negativo negativo e quem o está financiando, verificando quais os bens que estão gravados por dívidas ou ônus reais.

No Passivo:

  1. Os passivos também podem estar sub-avaliados, o que significa que despesas não foram aprovisionadas ou não lançadas, como provisões para férias, 13º salário e encargos sociais a eles pertinentes, compras de mercadorias não contabilizadas em contrapartida com fornecedores, etc.
  2. Verificar se foram contabilizadas a provisão para imposto de renda e para impostos diferidos, entre muitos outros passivos como ações nas esferas judicial e/ou administrativa, autos-de-infração e impostos a pagar.

Tendo em vista o Princípio da Continuidade, verificar quais os tipos de seguros contratados, inclusive sobre bens arrendados.

O Tipo de Sociedade e o montante do capital social também pode influir na análise. Nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada, a responsabilidade financeira dos sócios está limitada ao montante do capital social descrito no contrato social arquivado na Junta Comercial. Neste caso é importante saber se o total do Passivo Circulante menos o Ativo Circulante é superior ao capital social. Se for, os sócios não serão responsabilizados pelo pagamento do excedente.

Nas Sociedades por Ações (S/A) a responsabilidade dos dirigentes e dos acionistas controladores é ilimitada, por isso deve ser solicitada a relação dos bens dos mesmos com sua avaliação a preço de mercado. Também é necessário saber se esses bens estão gravados por dívidas ou ônus reais (penhora, hipoteca).

Além desses procedimentos e de outros que se fizerem necessários, devem ser verificadas informações cadastrais e de crédito em diversas instituições especializada, tais como, SERASA, SPC, principais fornecedores, e a ficha regressa da empresa, dos sócios, dirigentes e acionistas controladores em cartórios de protestos e distribuidores civis e criminais.

2. DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS DISPONÍVEIS

Saber quais são os demonstrativos disponíveis (NBC-TG - Estrutura Conceitual):

  1. PADRON - Plano de Contas Padronizado - Demonstrações Contábeis
  2. Escrituração Contábil - Aspectos Gerais
  3. Elaboração de Balancetes Mensais
  4. Balanços Patrimoniais e seus anexos
  5. Demonstração do Resultado do Exercício
  6. Demonstração do Lucro Real - (artigo 275 do RIR/1999)
  7. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
  8. Demonstração de Prejuízos Fiscais Acumulados - (artigos 504 a 515 do RIR/1999)
  9. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
  10. Demonstração do Fluxo de Caixa
  11. Demonstração do Valor Adicionado - NBC-TG-09
  12. Informações por Segmentos Operacionais - NBC-TG-22
  13. Notas Explicativas
  14. Relatório da Administração
  15. Governança Corporativa || Conselho Fiscal || Auditores e Comitê de Auditoria
  16. Compliance Officer - Auditoria Interna - Controles Internos e Gerenciamento de Riscos
  17. Parecer dos Auditores Independentes
  18. Relatório dos Auditores Independentes - Exigência do Banco Central do Brasil
  19. Demonstrações Contábeis Consolidadas (Conglomerado)
  20. Demonstrações Contábeis Separadas
  21. Demonstrações Contábeis em Moedas Constantes
  22. Fluxograma de Investimentos da e na Empresa (Conglomerado) - Mega-Exemplo
    • Controladores
    • Empresas Controladas e Coligadas
    • Participações Cruzadas - Participações Recíprocas = Ausência de Capital

3. CONCEITO DE EMPRESA CONTROLADORA, CONTROLADA E COLIGADAS

É importante sabermos o conceito de empresa controladora, controlada e coligada. Alguns dispositivos legais e regulamentares oferecem essa distinção. São eles:

  1. Banco Central do Brasil
    • COSIF 11.02 - Participações em Coligadas e Controladas
  2. Lei das Sociedades por Ações
  3. Regulamento do Imposto de Renda - RIR/2018 - LUCRO REAL - Avaliação pelo Valor Justo

4. ANÁLISE HORIZONTAL DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para realização da ANÁLISE HORIZONTAL são necessárias no mínimo duas Demonstrações Contábeis de exercícios consecutivos. O ideal é que se tenha três ou mais.

As análises também devem ser efetuadas com base em balancetes mensais, principalmente quando se destinam para fins de fiscalização.

Vejamos um exemplo:

Resultado da Análise comparativa entre os Balanços de 31/12/X1 e 31/12/X2:

Comparando-se o balanço de 31/12/X1 com o de 31/12/X2, verifica-se que houve um acréscimo de 200,00 no Ativo Circulante (OBS.1). Como não há desmembramento do Ativo Circulante, não é possível saber em quais subgrupos ocorreu o acréscimo, que pode ter sido em Disponibilidades, em Contas a Receber, em Investimentos de Curto Prazo ou em Estoques.

Na OBS.2 verifica-se que houve redução de 200,00 no Realizáveis a Longo Prazo, na mesma proporção do aumento do Ativo Circulante, indicando, a primeira vista, que os valores a receber a longo prazo passaram para o curto prazo em razão do tempo decorrido.

Na OBS.3 vê-se que houve um acréscimo do Ativo Permanente no valor de 200,00, que corresponde a soma dos acréscimos verificados no Passivo Circulante (100,00) e no Exigível a Longo Prazo (100,00) (OBS.4 e 5). Isso pode significar que os bens correspondentes ao acréscimo do Ativo Permanente foram adquiridos a prazo, sendo parte para pagamento a curto prazo e parte a longo prazo.

Na OBS.6 vê-se que houve uma redução dos Resultados de Exercícios Futuros, mostrando que os 400,00 foram lançados como receita no exercício findo em 31/12/X2.

Na OBS.7 verifica-se que o acréscimo do Patrimônio Líquido no valor de 400,00 foi exatamente igual a apropriação das Receitas de Exercícios Futuros, demonstrando que neste último exercício não houve lucros. Ou seja, as receitas contabilizadas são oriundas de operações realizadas no exercício anterior para entrega no exercício findo.

Observação: A veracidade dessas suposições iniciais pode ser verificada mediante a obtenção de Demonstrações Contábeis mais detalhadas. Note-se ainda a importância dos documentos a seguir enumerados:

  1. Notas Explicativas
  2. Relatório da Administração
  3. Parecer dos Auditores Independentes
  4. Relatório dos Auditores Independentes

Além dos documentos supra, também devem ser analisadas as Demonstração do Resultado do Exercício, com as características dispostas nas NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade.

No caso do Relatório dos Auditores Independentes, somente o Banco Central do Brasil exige a expedição desse documento, além do parecer. O COSIF 1-34 - Auditoria menciona:

Os auditores independentes devem elaborar, como resultado do trabalho de auditoria realizado, os seguintes documentos:

a) relatório de auditoria sobre as demonstrações financeiras examinadas, opinando sobre a sua adequação aos princípios fundamentais de contabilidade, bem assim as normas de contabilidade expedidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil;

b) relatório circunstanciado de avaliação da qualidade e adequação dos controles internos, inclusive dos controles e sistemas de processamento eletrônico de dados e de avaliação de riscos, devendo ser evidenciadas as deficiências encontradas;

c) relatório circunstanciado a respeito do cumprimento de normas operacionais estabelecidas em lei e dispositivos regulamentares, devendo ser evidenciadas as irregularidades encontradas.

Vejamos outro exemplo:

Resultado da Análise comparativa entre os Balanços de 31/12/X2 e 31/12/X3:

Novamente o aumento do Ativo Circulante (OBS.8) foi igual a diminuição do Realizável a Longo Prazo (OBS.9), demonstrando que pode ter sido em razão da transferência de valores entre os grupamentos de contas pela diminuição do prazo de vencimento em decorrência do tempo.

Por sua vez, houve novos investimentos no Ativo Permanente com idêntico acréscimo no Passivo Circulante, ou seja, compra de bens de produção para pagamento em prestações ou de forma integral em curto prazo. Porém, nota-se que o Exigível a Longo Prazo também teve acréscimo pelo mesmo valor verificado no Passivo Circulante. Então, resta a questão: Os bens de produção foram comprados a curto ou a longo prazos?

Na Observação nº 13 nota-se que 100,00 foram apropriados como receita no exercício findo. Mas, mesmo assim houve a redução do Patrimônio Líquido em 200,00 (OBS.14). Daí podemos deduzir que houve no exercício findo um Prejuízo Operacional de 300,00. Por que 300,00? Porque a redução foi de 200,00, mas foram apropriadas receitas de operações realizadas em exercícios anteriores no valor de 100,00. Assim sendo, é mais provável que a compra de bens de produção tenha sido efetuada para pagamento a longo prazo e que o aumento do Passivo Circulante tenha sido em razão da obtenção de capital de giro para repor o prejuízo sofrido no exercício findo.

Note-se que a redução do Patrimônio Líquido (OBS.14) também pode ter sido em razão da distribuição de lucros. Por essa razão é importante ver as Demonstrações dos Resultados, as Demonstrações Lucros ou Prejuízos Acumulados e as Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido.

As dúvidas mencionadas talvez estejam explicadas em Balanços mais detalhados com contas até o 3º, 4º ou 5º grau, por exemplo, ou nos seguintes documentos:

  1. Notas Explicativas
  2. Relatório da Administração
  3. Parecer dos Auditores Independentes
  4. Relatório dos Auditores Independentes

Além dos documentos supra, também devem ser analisadas as Demonstrações do Resultados, com as características dispostas nas NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade, conforme já foi mencionado.

A obtenção de balancetes mensais é muito importante para os profissionais de auditoria e de fiscalização incumbidos de apurar a existência de operações duvidosas que propiciaram a manipulação de resultados. Permitem também saber quais os setores da empresa estão oferecendo resultados positivos e quais os que estão sofrendo prejuízos. Essas apurações serão melhores ainda se a empresa ou entidade dispuser de contabilidade de custos.

5. ANÁLISE VERTICAL DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A ANÁLISE VERTICAL pode ser realizada com um único balanço, mas geralmente utiliza-se os mesmo balanços utilizados para a Análise Horizontal.

Note-se que na análise constante do gráfico acima não há algo de tão importante que se possa observar, salvo o percentual do saldo em relação aos totais de cada grupamento de contas. No caso em questão, esse percentual se refere ao Total do Ativo e do Passivo, respectivamente.

6. ANÁLISE FINANCEIRA - ÍNDICES DE LIQUIDEZ

  1. Índice de Liquidez Imediata ou Instantânea
  2. Índice de Liquidez Corrente ou Comum
  3. Índice de Liquidez Seca ou Teste Ácido
  4. Índice de Liquidez Geral ou Total

Veja também: Outros Índices Divulgados pela FIESP/SERASA

6.1. Índice de Liquidez Imediata ou Instantânea

O índice de liquidez imediata é calculado pela fórmula:

É evidente que as disponibilidades nunca são em valores significativos, porque há uma tendência lógica, principalmente em países com altos índices inflacionários, das disponibilidades estarem aplicadas a curto prazo. No Brasil as empresas geralmente aplicam os recursos no chamado "OPEM MARKET" em operação por um dia útil, que são conhecidas como "OVER NIGHT". Note-se que, além das importâncias em dinheiro no Caixa, os saldos bancários, as aplicações financeiras por um dia útil, as aplicações em moedas estrangeiras e as aplicações em ouro devem ser consideradas disponibilidades.

6.2. Índice de Liquidez Corrente ou Comum

6.3. Índice de Liquidez Seca ou Teste Ácido

6.4. Índice de Liquidez Geral ou Total

Aplicando-se os referidos índices no Balanço Patrimonial a seguir, teremos os índices mostrados abaixo do mesmo:

7. CONCLUSÃO SOBRE O CÁLCULO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Examinando-se os índices de liquidez dos três últimos balanços apresentados imediatamente acima, podemos ver que houve uma sensível melhora na liquidez geral, embora no último ano a empresa tenha apresentado prejuízo ou tenha distribuído lucros ou dividendos, o que reduziu sensivelmente o seu patrimônio líquido. Note-se que os dois fatos hipotéticos são totalmente extremos, mas não alteraram o índice de liquidez. Note-se ainda que no primeiro ano analisado, o índice de liquidez geral era negativo em 300%. Isso aconteceu porque o índice não leva em consideração os resultados de exercícios futuros, que são muito comuns nas instituições financeiras.

NOTA IMPORTANTE:

A análise por índices é como aquele caso em que alguém resolveu analisar numa amostra populacional de 30 pessoas quantas comiam frango. Na pesquisa, foi apurado que 15 comiam 2 frangos por dia e os outros 15 não comiam frango algum, porque não tinham dinheiro para comprá-los. A análise dos números totalizados, sem que se saiba os detalhes de como foi efetuada a pesquisa, força-nos a concluir que em média cada indivíduo comia um frango por dia e todos podiam ser considerados como pertencentes à classe média. Mas, na realidade, 15 não comiam frango porque eram miseráveis e outros 15 comiam 2 frangos porque eram ricos.

Das análises enumeradas, a mais importante é indiscutivelmente a análise horizontal não só dos Balanços Patrimoniais, mas também dos Balancetes Mensais e das Demonstrações dos Resultados. A partir delas podemos chegar a conclusões muito mais importantes.

ADVERTÊNCIA AOS ACIONISTAS MINORITÁRIOS

Para os acionistas minoritários das empresas de capital aberto, é mais importante saber se os dirigentes dessas empresas estão desviando recursos financeiros mediante a contabilização notas fiscais frias ou se estão efetuando operações para gerar despesas e desviar recursos para o exterior (paraísos fiscais), dos quais somente os controladores vão se beneficiar.

No caso dos credores inscritos no Passivo Circulante e no Exigível a Longo Prazo, para acionistas minoritários é mais importante saber qual é o patrimônio pessoal dos acionistas controladores, porque em caso de insolvência da empresa, somente o patrimônio pessoal destes vai de fato garantir o pagamento das dívidas.

Portanto, a verdadeira análise das Demonstrações Contábeis e Auxiliares (não só a do Balanço) é muito mais elucidativa do que o simples cálculo de índices de liquidez.

8. Análise Contábil - ESTRUTURAS DE CAPITAL

  1. Estrutura de Capital nas Demonstrações Contábeis - Análise por Quocientes
  2. Análise da Estrutura de Capitais - Análise por Quocientes
  3. Análise de Evolução do Capital nas Empresas
  4. Análise da Estrutura do Capital em Conglomerados Empresariais - Participações Cruzadas ou Recíprocas

Veja também:

  1. Origem dos Recursos Financeiros das Empresas
  2. Outros Índices Divulgados pela FIESP/SERASA

8.1. Estrutura de Capital nas Demonstrações Contábeis - Análise por Quocientes

  1. Ativo Total = Ativo Circulante + Ativo Não Circulante
  2. Passivo Total = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante + Patrimônio Líquido
  3. Capital Próprio = Patrimônio Líquido
  4. Capital Permanente e de Longo Prazo = Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante
  5. Capital de Terceiros = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
  6. Capital de Curto Prazo = Passivo Circulante

8.2. Análise da Estrutura de Capitais - Análise por Quocientes

  1. Participação do Capital Próprio = Patrimônio Líquido / Ativo total
  2. Capital de Terceiros = (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) /Ativo Total
  3. Capital Próprio Versus Capital de Terceiros = Patrimônio Líquido / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)
  4. Endividamento de Curto Prazo = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)
  5. Endividamento de Longo Prazo = Passivo Não Circulante / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)

8.3. Análise de Evolução do Capital nas Empresas

A evolução do capital acontece com a capitalização de Lucros e Reservas acumuladas e mediante captação de recursos financeiros de investidores pelas sociedades de capital aberto. Os proprietários e os sócios de empresas de capital fechado buscam para alavancar suas operações. Alguns concedem franquias.

No que concerne às Reservas, elas podem ser originárias de Ajustes de Avaliação Patrimonial, tendo-se como exemplo as Mensurações pelo Valor Justo.

De outro lado, a evolução patrimonial também pode ser feita mediante incorporações e fusões que transformaram as empresas familiares de muitos países em controladas das chamadas de multinacionais ou transnacionais. Assim, determinada família passa a ser acionista da multinacional e a empresa estrangeira passa a ser a controladora da antiga empresa familiar.

8.4. Análise da Estrutura do Capital em Conglomerados Empresariais - Participações Cruzadas ou Recíprocas

O grande perigo dessa formação de grandes conglomerados é que eles transferiram suas empresas controladoras para paraísos fiscais e assim podem usar e abusar das participações cruzadas ou recíprocas que, diante dessa condição de serem empresas offshore, não podem ser descobertas porque envolvem entidades estabelecidas em vários países e, entre estes, os paraísos fiscais.

Então, a Teoria Contábil versa que a análise da estrutura de capital dos conglomerados empresariais deve ser feita por meio da Consolidação de Demonstrações Contábeis das empresas participantes. Melhor seria se estivessem de fato estabelecidas num mesmo país. O problema é que muitas delas são empresas de fachada, sediadas em caixas postais em pequenas ilhas que prestam apenas um serviço cartorário.

Quando as Participações Societárias envolvem empresas de diversos países, fica mais difícil uma perfeita análise porque alguns fluxos de capital terminam em empresas offshore que aplicam seu capital em Fundos de Investimentos que compram "cotas ao portador" emitidas por outros fundos de investimentos.

O grande exemplo desse fluxo de capital acima explicado está descrito no texto intitulado Desvendada a Rede Capitalista que Domina o Mundo.

Então, por intermédio desses gigantescos conglomerados empresariais está sendo implantado um novo sistema de neocolonialismo privado, controlado por pequeno número de magnatas incógnitos em paraísos fiscais cartoriais, os quais funcionam como cartórios de registro de pessoas jurídicas do tipo offshore, que não podem operar no país em que foram constituídas.

9. Análise Econômica

  1. Lucratividade Operacional
  2. Rentabilidade do Capital Investido

9.1. Lucratividade Operacional

Com a implantação de uma perfeita Contabilidade de Custos, além do resultado geral, é possível a obtenção de resultados por segmento operacional, por departamento, por linha de produção e por produto.

Portanto, ao analisar a estrutura econômico-administrativa de qualquer tipos de entidades jurídicas, torna-se importante verificar se a empresa analisada já chegou a tal estágio de desenvolvimento operacional e de controles internos.

Caso a entidade jurídica seja analisada por auditores independentes, procure pelo relatório sobre a qualidade dos controles internos.

Veja também os relatórios sobre Governança Corporativa - Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Comitê de Auditoria, não deixando de lado o trabalho da Auditoria Interna ou sistema de Compliance Officer - Sistema  de Gerenciamento de Controles Internos e de Riscos de Liquidez.

9.2. Rentabilidade do Capital Investido

Com a perfeita Contabilidade de Custos também é possível a apuração da rentabilidade do capital investido em cada segmento operacional, desde que os bens de produção estejam perfeitamente alocados e controlados quanto a sua utilização.



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